32 - perigo

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Ficamos deitados naquele chão por um tempo, aproveitando a presença um do outro. Estávamos de frente um para o outro, ele fazendo carinho em meu cabelo e eu olhando para todos os cantos de seu rosto. Aquela sensação de olhar para ele era incrível.

Ouço grunhidos vindo e o olho assustada.

— Ah merda — digo, me sentando

Ele logo me puxa para baixo, botando o dedo em sua boca e fazendo um "shh" com os dedos.

— Estão vindo pra cá, temos que sair logo. Pegamos tudo da Mich? — diz meu namorado, observando os zumbis pelo canto das prateleiras

— Botei tudo na mochila

— Ótimo. Vamos precisar ser rápidos, ouviu? Fique com sua espada a mão — completa finalmente, botando seus braços em minha frente, andando lentamente comigo para a porta dos fundos

Posso ver aqueles bichos quebrando os vidros da farmácia, logo começam a invadir todo o local.

Vamos andando lentamente, Carl já pronto para atirar em uma mão, e na outra segurando sua faca.

Acabamos tropeçando em umas caixas de remédios no chão, o que faz um puta barulho. Consigo ver as cabeças deles se virando em nossa direção.

— Fodeu! Corre! — Carl diz um segundo antes de pegar em minha mão e sair correndo o mais rápido que pode.

Tropeço e caio em mais uma caixa, ele para pra me ajudar a levantar.

— Vem amor, vamos logo, precisamos sair daqui! — começa a ficar nervoso

— Consegui! Vamos! — digo, agora indo na frente o puxando, mas vejo que ele não sai do lugar

— Ah meu deus! Isso não pode estar acontecendo! — bota a mão no rosto, ainda segurando as armas tento pensar pensar algo

— O que foi?! Porque não vem?!

— Meu pé ficou preso! Eu não consigo sair!

— Droga! Tira o pé do sapato e vamos! –— Me abaixo para ver se consigo o ajudar

— não tem como, está preso até o tornozelo!

— Ah meu Deus, o que vamos fazer?! — começo a ficar frustrada, cortou as cabeças dos zumbis que conseguem se aproximar de nós

— Amor, me deixe aqui, eu me viro, ok? Vá em bora! Eu dou um jeito de voltar para casa

— O QUE?! está louco?! Nem ouse dizer uma loucura dessas denovo!

Abaixa sua cabeça, sem conseguir decidir o que fazer.

— Já sei. Consegue os acertar daí? — digo

— Não vai dar certo, são muitos! Não vamos conseguir, Ellie! Porfavor, pegue o carro e vá em bora!

— Pare de falar isso! Eu não vou te deixar aqui! — mato mais um deles

— Estamos ficando sem opções, eles estão perto

— Então comece a atirar!

Corro em meio a eles, cortando as cabeças do máximo que consigo ao meio.

Acabo cercada. Sem saída. Acho que acabou ali. Eu não iria conseguir. Acabou.

Pelo menos foi o que eu pensei antes de Carl dar o primeiro tiro. Depois disso não parou até ver que eu estava correndo menos perigo.

— As balas acabaram! Consegue dar conta desses? — Ele grita, por estar longe

— O que acha? — rio, logo matando 2 de vez.

— Essa é minha garota! — sorri de volta para mim, orgulhoso

Depois de matar mais uns 6, acho que temos tempo o suficiente até os que sobraram chegarem até meu namorado. saio do meio da farmácia, indo correndo até ele.

— O que foi? — pergunta

— Desculpa amor, isso vai doer, aguenta firme. Precisamos sair daqui agora!

Pego em seu pé, o puxando dali com toda minha força. Seus gritos altos atraem a atenção dos mortos.

— Droga! Vamos logo antes que nos alcancem! — finalizo, botando um de seus braços braços meu ombro para dar apoio ao mesmo

Vamos o mais rápido possível até o carro. O deixo no banco da frente e sento no meu.

— Pegou a mochila? — Dou partida no veículo

— PORRA, A MOCHILA!

— Ah, não! Sério que ficou?!

— Não importa, precisamos ir. Aquele lugar está completamente tomado. Não vou deixar você ir lá

O encaro por um instante.

— Desculpa, eu preciso — abro a porta do carro e vou rápido até lá

— ELLIE! NÃO FAÇA ISSO!

— Vou ficar bem! — grito, antes de entrar por aquela porta

Chego lá dentro, avisto a mochila. Estava no balcão em que Carl havia se prendido. Passo por alguns mortos pelas prateleiras no caminho até lá, mas consigo a pegar

— Isso! — digo a mim mesma

O único problema é que só fui notar que havia um zumbi perto até demais de mim quando ele segurou meu braço com duas mãos e abriu sua boca com aqueles dentes podres.

Solto o grito mais alto de toda minha vida. Acabou. Simplesmente acabou.

Mas não. Ele surge com sua faca e acerta a cabeça daquele filho da puta.

Nos olhamos por um segundo, eu faço um movimento de agradecimento com a cabeça para ele e logo pego a mochila. Vamos o mais rápido possível até o carro.

Finalmente começo a dirigir. Aquele sufoco havia acabado.

Percebo seu olhar em mim, ainda recuperando o fôlego. O olho de relance, sorrindo

— Achei que eu iria morrer — digo

— Ah ,qual é! Não vai se livrar de mim assim tão fácil!

Rimos juntos.

My salvation • Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora