Ficamos deitados naquele chão por um tempo, aproveitando a presença um do outro. Estávamos de frente um para o outro, ele fazendo carinho em meu cabelo e eu olhando para todos os cantos de seu rosto. Aquela sensação de olhar para ele era incrível.
Ouço grunhidos vindo e o olho assustada.
— Ah merda — digo, me sentando
Ele logo me puxa para baixo, botando o dedo em sua boca e fazendo um "shh" com os dedos.
— Estão vindo pra cá, temos que sair logo. Pegamos tudo da Mich? — diz meu namorado, observando os zumbis pelo canto das prateleiras
— Botei tudo na mochila
— Ótimo. Vamos precisar ser rápidos, ouviu? Fique com sua espada a mão — completa finalmente, botando seus braços em minha frente, andando lentamente comigo para a porta dos fundos
Posso ver aqueles bichos quebrando os vidros da farmácia, logo começam a invadir todo o local.
Vamos andando lentamente, Carl já pronto para atirar em uma mão, e na outra segurando sua faca.
Acabamos tropeçando em umas caixas de remédios no chão, o que faz um puta barulho. Consigo ver as cabeças deles se virando em nossa direção.
— Fodeu! Corre! — Carl diz um segundo antes de pegar em minha mão e sair correndo o mais rápido que pode.
Tropeço e caio em mais uma caixa, ele para pra me ajudar a levantar.
— Vem amor, vamos logo, precisamos sair daqui! — começa a ficar nervoso
— Consegui! Vamos! — digo, agora indo na frente o puxando, mas vejo que ele não sai do lugar
— Ah meu deus! Isso não pode estar acontecendo! — bota a mão no rosto, ainda segurando as armas tento pensar pensar algo
— O que foi?! Porque não vem?!
— Meu pé ficou preso! Eu não consigo sair!
— Droga! Tira o pé do sapato e vamos! –— Me abaixo para ver se consigo o ajudar
— não tem como, está preso até o tornozelo!
— Ah meu Deus, o que vamos fazer?! — começo a ficar frustrada, cortou as cabeças dos zumbis que conseguem se aproximar de nós
— Amor, me deixe aqui, eu me viro, ok? Vá em bora! Eu dou um jeito de voltar para casa
— O QUE?! está louco?! Nem ouse dizer uma loucura dessas denovo!
Abaixa sua cabeça, sem conseguir decidir o que fazer.
— Já sei. Consegue os acertar daí? — digo
— Não vai dar certo, são muitos! Não vamos conseguir, Ellie! Porfavor, pegue o carro e vá em bora!
— Pare de falar isso! Eu não vou te deixar aqui! — mato mais um deles
— Estamos ficando sem opções, eles estão perto
— Então comece a atirar!
Corro em meio a eles, cortando as cabeças do máximo que consigo ao meio.
Acabo cercada. Sem saída. Acho que acabou ali. Eu não iria conseguir. Acabou.
Pelo menos foi o que eu pensei antes de Carl dar o primeiro tiro. Depois disso não parou até ver que eu estava correndo menos perigo.
— As balas acabaram! Consegue dar conta desses? — Ele grita, por estar longe
— O que acha? — rio, logo matando 2 de vez.
— Essa é minha garota! — sorri de volta para mim, orgulhoso
Depois de matar mais uns 6, acho que temos tempo o suficiente até os que sobraram chegarem até meu namorado. saio do meio da farmácia, indo correndo até ele.
— O que foi? — pergunta
— Desculpa amor, isso vai doer, aguenta firme. Precisamos sair daqui agora!
Pego em seu pé, o puxando dali com toda minha força. Seus gritos altos atraem a atenção dos mortos.
— Droga! Vamos logo antes que nos alcancem! — finalizo, botando um de seus braços braços meu ombro para dar apoio ao mesmo
Vamos o mais rápido possível até o carro. O deixo no banco da frente e sento no meu.
— Pegou a mochila? — Dou partida no veículo
— PORRA, A MOCHILA!
— Ah, não! Sério que ficou?!
— Não importa, precisamos ir. Aquele lugar está completamente tomado. Não vou deixar você ir lá
O encaro por um instante.
— Desculpa, eu preciso — abro a porta do carro e vou rápido até lá
— ELLIE! NÃO FAÇA ISSO!
— Vou ficar bem! — grito, antes de entrar por aquela porta
Chego lá dentro, avisto a mochila. Estava no balcão em que Carl havia se prendido. Passo por alguns mortos pelas prateleiras no caminho até lá, mas consigo a pegar
— Isso! — digo a mim mesma
O único problema é que só fui notar que havia um zumbi perto até demais de mim quando ele segurou meu braço com duas mãos e abriu sua boca com aqueles dentes podres.
Solto o grito mais alto de toda minha vida. Acabou. Simplesmente acabou.
Mas não. Ele surge com sua faca e acerta a cabeça daquele filho da puta.
Nos olhamos por um segundo, eu faço um movimento de agradecimento com a cabeça para ele e logo pego a mochila. Vamos o mais rápido possível até o carro.
Finalmente começo a dirigir. Aquele sufoco havia acabado.
Percebo seu olhar em mim, ainda recuperando o fôlego. O olho de relance, sorrindo
— Achei que eu iria morrer — digo
— Ah ,qual é! Não vai se livrar de mim assim tão fácil!
Rimos juntos.
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My salvation • Carl Grimes
FanfictionEm meio a um apocalipse zumbi, as pessoas esquecem que algumas delas ainda tem sentimentos. Após a morte de sua mãe e viver sua infância com traumas em um mundo apocalíptico, Carl tem seu psicológico altamente afetado. Ele perdeu totalmente sua luz...