Boa Leitura!
Joaquim Monteiro
O que é ser um empresário? Para mim se resume em saber onde colocar sua grana e claro, ganhar muito mais dinheiro. Vinte oito anos atrás eu resolvi largar minha outra profissão e sair do país que tanto amo, Portugal onde vivia minha vida e adorava. Mas muitas coisas aconteceram e com isso eu sai do país, junto vieram todos da minha família e hoje moramos no Brasil. Meus pais ainda vivem em Lisboa, mas estão sempre aqui conosco e agradeço, pois se tem uma coisa que eu preservo é minha família.
Cheguei no Brasil com um filho de três meses nos braços, não sabia o que faria, mas tudo que eu fizesse seria por ele e foi assim até hoje. Meu menino cresceu e é um rapaz de vinte e oito anos, Levi se formou em administração e me ajuda comandar os sete supermercados que temos. Sou um homem milionário, na realidade nunca fui pobre, mas depois que entrei para esse ramo fiquei muito mais rico. Gosto de tudo do meu jeito e não gosto que se metem nos meus negócios, mas tendo uma família grande isso acontece muito.
Eu tenho um irmão que é dez anos mais novo e um primo, filho da irmã da minha mãe, mas depois eu falo deles.
Não sou muito de namoros até porque nunca colocarei outra mulher no lugar da minha doce amada, mãe do meu filho, mas eu fico com algumas mulheres da minha idade e está bom pra mim. Eu não tenho tempo pra isso, não a essa altura da minha vida. Sou um cara alto, bom porte físico, barba grisalha, cabelos com alguns fios brancos e sei que isso chama atenção da mulherada.
Sou um cara charmoso.
Adora vinho, tocar um vilão e escutar musicas antigas é o que me agrada fazer num sexta a noite. Tenho muitos amigos, sendo quem sou e conhecendo sempre pessoas novas é natural, mas eu sei quem são os de verdade, pois o que não faço é meter desconhecidos na minha casa. Eu sempre fui daqueles que cofia desconfiando.
Opa não disse o mais importante ninguém me chama de Joaquim, sou conhecido nos quatro cantos de São Paulo como O Portuga e gosto que seja assim.
Eu sou um chefe muito bom, sempre faço tudo para meus funcionários trabalharem num ambiente legal, mas eu tenho sete supermercados e o lugar que mais fico é na matriz, por isso muitas vezes coisas acontecem sem eu ver ou saber. Sempre vou em todos os mercados, mas nem sempre tenho tempo, pois mesmo com cinquenta anos ainda gosto de fazer coisas que eu poderia delegar, mas não farei enquanto tiver saúde pra isso.
-Oh Portuga, trás a vinho e o cacete. - pede meu primo, Elias.
Cacete em Portugal significa pãozinho, por isso não se escandalizem.
Hoje era um dos muito domingos que todos passam em minha casa, sempre nos reunimos para um grande almoço regado a muita conversas, risos, palavrões e muito vinho.
-Meu filho como está aquele problema com a receita federal? - pergunta meu pai, seu Joaquim.
Sim, eu tenho o mesmo nome do meu pai.
-Não existe problema pai, eles estavam me cobrando coisa indevidas e meus advogados já resolveram... - respondo. - E o senhor? Está cuidando da saúde? Mãe ele não está bebendo né? - pergunto pra dona Léia, minha mãe.
-Ele não está bebendo filho, pelo menos não perto de mim. - ela sorri pegando na mão do meu pai.
Dona Léia e seu Joaquim são um casal de se admirar, juntos a mais de cinquenta anos, sempre brigando, mas nunca separados. Eu sempre me espelhei neles, sempre quis uma relação assim, mas não aconteceu.
-Eu estou aqui ainda viu. - ele reclama.
-Pai você é demais. - fala Levi. - Essa comida está incrível. - diz de boca cheia e recebe um tapa do meu irmão, José Carlos.
-Porra tio. - fala outra vez de boca cheia.
-Para de falar de boca cheia moleque.
-Que bom que gostou filho. - respondo sorrindo pegando minha taça. - Eu já volto.
Ninguém fala nada ou segue, já que todo domingo eu faço a mesma coisa.
Eu caminho até o pequeno jardim que eu mandei construir onde tem grandes roseiras, lindas e muito bem cuidadas.
-Mais um almoço meu amor... Mais um domingo cumprindo a promessa que te fiz. - falo baixo. - Já faz vinte oito anos que você se foi e a dor não vai embora, nunca vai. Levi está tão grande, bonito, forte... Eu espero que esteja orgulhosa de mim, mesmo com minha falhas. - tomo o resto do meu vinho da taça. - Eu sai com uma mulher essa semana e nossa... Nunca ninguém será como você, nunca vou colocar outra no seu lugar. Nunca meu anjo. - eu olho pra trás e vejo Levi me olhando triste. - Domingo eu volto pra te contar mais coisas, vou até nosso filho, pois ele está triste por me ver aqui. Te amo eternamente.
Eu respiro fundo e me viro caminhando até Levi.
-Eu não gosto de te ver assim pai. - diz. - Sinto que é minha culpa ela não estar...
Eu agarro seu rosto e o respondo com firmeza.
-Nunca se sinta culpado, pois você nunca teve culpa de nada, eu tive. - falo. - Eu, não você meu filho. - o abraço. - Você é a única pessoa que me fez ficar vivo até hoje, nunca se culpe por estar aqui. Eu te amo meu filho, amo muito.
-Eu também te amo pai. - me abraça com força.
Eu não superei e nunca vou superar a morte da minha mulher, eu tenho fotos dela pela casa, montei um "altar particular" pra ela com as rosas que ela mais amava e sinto que isso nos liga de alguma forma. Todos falam que eu preciso me desfazer das fotos, me desfazer das rosas e viver minha vida, ter outra mulher, mas se não tive todo esse tempo não será agora.
-Você precisa viver pai, arrumar outra pessoa... - não disse.
Me afasto do meu filho e sorrio.
-Eu não quero mais ninguém e sabe porque? Porque não existe mulher como sua mãe, nunca vai ter uma mulher que vá me fazer amar ela mais do que amei sua mãe.
-Será que não? - olho pra ele calado. - Pai viva o hoje e abre esse coração, te garanto que essa mulher vai aparecer.
-Esquece isso. - eu beijo seu rosto. - Vamos entrar, vou tocar um pouco de violão.
Eu estou sozinho a vinte oito anos e não pretendo mudar isso.
Continua...
Oi oi gente!
Espero que tenham gostado do prólogo e se preparem pois está só começando.
Curtam e comentem, preciso saber se estão gostando.
Beijos!
11/09/2021
VOCÊ ESTÁ LENDO
Joaquim - Seu Portuga - Família Monteiro Livro 1
RomancePLÁGIO É CRIME! Bárbara Castro, vinte sete anos, solteira, com uns quilos a mais e louca atrás de um trabalho. Joaquim Monteiro, cinquenta anos, pai de um filho, solteiro e dono de uma rede de supermercados muito bem sucedida na cidade. Ela é soz...