Capítulo 4

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Boa Leitura! 

Joaquim Monteiro 

Tudo que Bárbara me disse aqui é verdade, mas eu ainda sinto como se tivesse fazendo algo errado quando estou com ela. Os meus sentimentos estão bem claros quanto a ela, sei que o está acontecendo passa o desejo carnal vai muito além. Esse tipo de conexão que está se criando entre nós, eu só tive com minha esposa e nenhum outra mulher, saber que o que senti por minha mulher eu posso estar sentindo outra vez pela Babi me deixa apavorado. 

Meu filho quebro o clima que estava entre nós, mas não me fez parar de pensar em todas as possibilidades do que pode acontecer. 

-Desculpa pai, eu não fazia ideia. - diz pra mim. 

-Tudo bem, não iria acontecer nada. - respondo. - Por que está aqui? Não era pra estar na filial três?  - volto a sentar na minha cadeira. 

-Sim, mas tinha um homem que disse te conhecer a muitos anos e queria conversar com você. - começa. - Ele está lá fora esperando, não fui muito com a cara do sujeito e por isso antes dele entrar aqui foi revistado. 

-Quem é? Manda entrar. 

-Já estou aqui. - a porta é aberta e não acredito no que meus olhos estão vendo. - Demorei, mas finalmente eu te encontrei Monteiro. 

Sabe quando você pensa ter se livrado de todos os fantasmas do seu passado, mas de repente ele surge novamente te deixando sem palavras? É exatamente isso que estou sentindo nesse momento. 

-Levi pode ir filho. - encontro minha voz depois de uns segundos. 

-Se precisar estou lá na minha sala. - responde e sai fechando a porta. 

-Que maldição está fazendo aqui? Como me achou porra? - grito indo até ele. - Eu te falei que nunca mais queria te ver, nunca. - agarro sua camisa. 

-Eu já te disse que não tenho culpa da morte da Giane, porra Joaquim já se passaram vinte e oito anos. - ele explode. - Eu era seu amigo, seu parceiro, seu padrinho de casamento e padrinho do Levi, eu estava do seu lado em tudo. - eu solto ele. - Fomos ingênuos e acabamos sofrendo com isso. 

-Você... 

-EU PERDI MINHA MÃE CARALHO! - eu me afasto encostando na minha mesa. - Eles mataram ela na minha frente, você não foi o único a perder alguém naquele dia. Só que diferente de você eu continue no meu país, eu continuei na profissão e não me arrependo, pois era o que eu gostava de fazer. 

-Se eu não tivesse aceitado aquele trabalho nós não teríamos nos metido com aqueles caras, Giane e sua mãe estariam vivas, aqui. Eu teria minha mulher comigo... - olho pra ele. - Eu me afastei de tudo para não lembrar daquele dia, eu não queria mais lembrar e ver você... Eu ainda escuto você gritando pra mim correr e pegar Giane, mas era tarde demais... 

-Eu matei eles, cada um deles. - responde com a voz embargada. - Não trouxe elas de volta, mas me deu paz. 

-Como me achou? - pergunto cansado. 

-Eu segui seus pais... - ele abre um meio sorriso. - Eu preciso de você, muito. 

-Nilo eu parei com isso, eu não faço mais isso. - sou enfático. 

-O nome dele é Zion é filho do homem que assassinou Giane e minha mãe, ele está me caçando. - vejo temor na sua voz. - Eu estou sozinho e ele tem um exército, preciso de ajuda.

-Ele quer vingança. - falo o óbvio. -Eu não posso me envolver... Eu não posso. 

-Pensa, só pensa por favor. - ele implora. - Esse é meu número, me liga. - ele deixa o cartão na minha mesa. - Eu matei o pai, mas você tem a chance de matar o filho pra se vingar. 

Joaquim - Seu Portuga  - Família Monteiro Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora