Capítulo 22

6.2K 622 43
                                    

Boa Leitura! 

Joaquim Monteiro 

-Quer uma bebida? - pergunta meu irmão. 

-Uma cerveja. - falo encostando no balcão do bar. - Isso aqui é uma zona... - comento vendo uma menina dançando no colo de um cara. - Como a policia não denuncia esse lugar? - pergunto. 

-Pois eles frequentam aqui e bom, Galego os paga muito pra fazer vista grossa. - responde me entregando minha cerveja. - Eles vem aqui para trair suas esposas e ninguém fica sabendo, pois o lema desse clube é fazer tudo que tem vontade, mas lá fora você esquece o que aconteceu aqui. 

-E depois não gosta que o pai fale na sua cabeça... - dou um gole na minha cerveja. - Elas são prostitutas e estão aqui por vontade delas? - pergunto. 

-Claro que é vontade delas. - me olha irritado. - Eu não sequestro ninguém, Joaquim. 

-Você me escondeu muita coisa do que acontecia aqui, muita. 

-Minha vida, meus negócios. - rebate. - Olha quem está chegando ali... 

Pela porta entra um homem alto, moreno, cabelos grandes e barba cheia. Galego entra no lugar e as pessoas sorriem ou ficam com medo dele, sua arma na cintura é evidente e claro uma grande tatuagem de palhaço em seu braço me diz exatamente quem ele é. A palavra perigo está escrita em todo seu comportamento, seu olhar frio e arrogante. 

-Galego bem vindo. - meu irmão fala assim que ele para em nossa frente. 

Seus capangas estão atrás dele olhando para todos os cantos, como se a qualquer minuto o chefe fosse ser baleado. 

-José. - ele aperta a mão do meu irmão e olha pra mim. - Quem é esse? - aponta pra mim. 

-Sou Joaquim, irmão dele. - respondo. - E preciso falar com você. 

Ele ri. 

-Precisa? Nem te conheço. - rebate. - O que esse cara quer José? Sabe que não tenho paciência... - ele bate a mão no balcão pedindo uma bebida.

-Preciso de um favor. - continuo a falar. 

-Eu não faço favores.

-Galego vamos para minha sala? Lá ele te conta e vocês podem falar melhor. 

Ele afirma com a cabeça e meu irmão nos leva para sua sala. 

-Deixa a gente sozinho. - falo para José. 

-Que? - me olha assustado. - Não acho uma boa ideia... 

-Me obedece. - resmungo com ele. - Sou seu irmão mais velho, agora faz o que pedi. 

Ele me olha bravo e sai batendo a porta, mas os seguranças dele ficam e sei que não posso argumentar quanto a isso. 

Galego se senta na cadeira do meu irmão e coloca os pés na mesa, ele acende um cigarro de maconha e dá um tragada. 

-Quer? - pergunta. 

-Não. - respondo sentando na cadeira a frente.

-Solta a voz. - pede. - O que tem pra me falar? 

-Preciso de ajuda e sei que pode me ajudar. - começo. 

-Eu já te disse, não ajudo ninguém, mas me conta primeiro o que quer de mim. 

Eu falo pra ele tudo que está acontecendo, digo quem eu fui e o que fazia e vejo surpresa em seu olhos, mas ele me deixa continuar. Por fim digo que preciso de ajuda para matar Rui, Nilo e Zion, pois sozinho ou só com a ajuda de Dimas eu não vou conseguir. 

Joaquim - Seu Portuga  - Família Monteiro Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora