Capítulo 5

10.1K 896 153
                                    

Boa Leitura! 

Bárbara Castro 

Eu passei esses meses todos me perguntando, se Joaquim iria se entregar ao que estava sentindo ou simplesmente iria se afastar mim. Desde nossa conversa no seu escritório eu tentei pensar positivo, pois eu via nos seus olhos que assim como eu, ele também me queria e tentei manter a calma. No meio disso tudo eu passei a fugir do Bruno, ele tentou falar comigo várias vezes, mas não dei chance, pois estava constrangida com o que tinha acontecido. 

Eu trabalhava de tarde, voltava pra casa, dormir, acordava no outro dia para fazer as tarefas de casa e depois ia para o trabalho. Eu estava sem vida social, não porque não tinha lugares para ir e sim porque não tinha animo pra isso. O que eu realmente queria num sábado a noite era esta nos braços de Joaquim, sonhei com ele muitas vezes e cansei de acordar ofegante pelos sonhos +18 que estava tendo com ele. 

Agora depois de meses sem nos falarmos direito ele chega aqui, na frente de todos me chamando para jantar em sua casa e ainda me dá um beijo no canto da boca. Se for um sonho por favor não me acordem, pois tudo parece fantasioso de mais na minha cabeça. Eu sei que ele não fez por mal tal ato, mas sei que terei muitos problemas com colegas aqui como já tenho nesses meses. Já fui sabotada pelas meninas e acabei tomando bronca da minha supervisora, tive meu armário saqueado e tudo isso sofri calada, mas sei que terá uma hora que vou explodir. 

Júlia nem faz ideia dessas coisas, pois se ela souber é capaz de bater em meia dúzia aqui. 

-Pode me dizer o que significa isso, Bárbara? - pergunta o gerente parando em frente ao meu caixa. - Desde quanto tem esse tipo de liberdade com chefe?

-Eu não fiz nada... - não sei o que responder pra ele. 

-Para de aporrinhar a menina. - fala o irmão do Joaquim, seu José Carlos. - O Portuga falou com ela e o assunto é entre os dois. - avisa fazendo o gerente ficar na dele. - Tudo bem Babi? 

-Sim senhor. - respondo ele. 

Eu estava para ir jantar com um homem de 1.90 de altura, gostoso, charmoso, cheiroso e dono do próprio nariz e eu estava grata a Deus por estar com tudo em dia. Hoje tinha vindo com uma roupa boa o que melhorava minha situação. Não sou burra, sei que esse convite é uma passagem para sua cama e estava louca pra isso acontecer. 

Agora era sete e meia e estava bem cheio o mercado, a fila estava enorme e eu estava exausta. Eu fui atendendo, atendendo que nem estava prestando atenção nas pessoas, até que vejo Bruno no meu caixa. Merda!

-Boa noite. - respondo. 

-Só assim pra falar comigo? Não me atende, não deixa eu ir na sua casa tá foda. - fala enquanto coloca algumas coisas pra mim passar. - Depois que sair podemos falar? Eu espero você... 

-Eu já disse que agora não. - respondo sem olhar pra ele. - E eu estou ocupada hoje.

Pra piorar minha situação o mercado já estava quase vazio, pois já era quase oito e meia e depois dele não tinha ninguém. 

As horas passaram e eu nem vi.

-Como o que? Você só tem eu e Júlia de amigos. 

-Ela vai jantar comigo. - eu levanto a cabeça e vejo Joaquim de braços cruzados. - Se ela quiser conversar com você rapaz, ela vai, mas não será aqui e nem agora. 

-Jantar com ele? - Bruno me encara rindo. - Com esse velho? Vai mesmo?

-Cinquenta anos muito bem vividos. - ele responde o comentário estúpido do Bruno. - E se não quiser ser colocado daqui pra fora por mim, deixe a moça em paz. - eu olho pro Bruno que resmunga enquanto paga pelo que comprou. 

Joaquim - Seu Portuga  - Família Monteiro Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora