Boa Leitura!
Bárbara Castro
Eu não gosto muito de falar sobre o que já me aconteceu no passado, mas para esclarecer preciso contar o que realmente me aconteceu. Eu tinha só dezenove anos quando meu pai chegou em casa bêbado pela manhã e simplesmente colocou fogo na casa, eu e minha mãe estávamos dormindo juntas na mesma cama. Eu acordei por um milagre, minha mãe não teve a mesma sorte, pois morreu com a fumaça que ela inalou. Eu fui parar no hospital e quase morri, mas graças a Deus minha vida foi poupada.
Meu pai ainda está vivo e hoje mora na rua, não sei onde mora e espero nunca mais o ver. Depois desse episódio eu fui morar com minha tia, ela me acolheu, me ajudou e tudo, mas ela ficou doente e morreu tem dois anos. Desde então sou uma pessoa sozinha, só conto com dois amigos que tenho e se tenho uma casa para morar é graças a minha tia. A casa é pequena com um quarto, sala, cozinha, um banheiro pequeno mais sou grata por ter isso mesmo que agora sem emprego, não sei como vou pagar as contas.
Eu trabalhava como babá e não ganhava tão mal, conseguia pagar as contas e comer, mas agora sem emprego, meu seguro desemprego acabou e só tenho duzentos e noventa reais na minha conta. Apesar disso eu sempre tento pensar pelo lado positivo, mesmo que a vida nunca tenha pegado leve comigo.
Hoje é segunda feira e Júlia me disse para ir até o mercado que ela trabalha, segunda ela estão pegando para caixa e no momento eu não tenho nada em vista. Eu só trabalhei e não fiz nenhum curso, preciso pegar o que vier para não morrer de fome. Agora são dez da manhã e já limpei a casa, lavei as roupas e coloquei para secar. Tomo um banho e me troco rapidamente pegando minha bolsa, currículo e celular.
Não me apresentei para vocês, mas podem me chamar de Babi tenho cabelos pretos, olhos azuis, um corpo com curvas e o principal sou um amor de pessoa. Não gosto de chá, pois parece água com açúcar, prefiro coxinha do que pizza, não fumo, bebo uma vez ou outra e adora cantar. Gosto de cozinhar e bom sou uma mulher solteira, tive casinhos por ai, mas nunca me liguei em ninguém.
Saindo de casa caminho até o ponto de ônibus que fica a dez minutos da minha casa, moro aqui um Pirituba, São Paulo e o supermercado que vou fica em Perdizes.
Assim que desço do ônibus caminho mais dez minutos até o grande supermercado onde Júlia trabalha, é enorme. Eu ligo para minha amiga e ela avisa que é para mim entrar, vou caminhando pelo grande estacionamento que já tem muitos carros, meu celular vibra e olho pra ele só que com isso não vejo quem estava vindo na minha direção.
-Merda! - a pessoa fala.
-Senhor me desculpa... - falo ao ver que seu copo de café foi parar no chão. - Eu não vi, me perdoa...
-Senhor tá no céu, tenho cara de velho? - me questiona meio irritado. - Porra meu café... - resmunga.
-Desculpa. - respondo novamente, pois não sei o que falar pra ele.
-Chega de pedir desculpas. - me olha. - Tá tudo bem, compro outro café.
-Está tudo bem aqui Levi? - olho pro lado e vejo minha amiga. - O que você fez Babi? - pergunta querendo rir.
-Eu não vi ele...
-Ela me fez derrubar meu copo de café. - ele responde direto. - Vocês são amigas?
-Sim chefinho. - ela responde. - Ela veio para o emprego de caixa...
Ele é chefe dela? Tão novo e bonito.
-Oh! - ele sorri. - Precisa deixar de ser muito atrapalhada... - ele aponta pra mim.
-Bárbara meu nome. - sorrio envergonhada. - Eu sou um pouco...
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Joaquim - Seu Portuga - Família Monteiro Livro 1
RomancePLÁGIO É CRIME! Bárbara Castro, vinte sete anos, solteira, com uns quilos a mais e louca atrás de um trabalho. Joaquim Monteiro, cinquenta anos, pai de um filho, solteiro e dono de uma rede de supermercados muito bem sucedida na cidade. Ela é soz...