61 -- Agonia.

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“Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente”
— Roger Von Oech.


John Bruce Mahonne
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Dei o tempo que precisava para Jolie mas mesmo assim eu não parava de me preocupar, inúmeras vezes peguei o celular pronto pra ligar mas aí passava pela minha mente o seu pedido e eu acabava desistindo.

De todas as conversas que tive com o meu pai não tivemos a oportunidade de falar sobre o ocorrido com a Jolie, na verdade eu não tive a coragem de tocar no assunto e por sua vez o meu pai não se sentiu na obrigação de contar pra mim.

Nos últimos dois dias as coisas tem andado meio sem sentido, a única coisa especial que aconteceu foi o Jason, meu bebê, ter chutado inúmeras vezes. Pela segunda vez aconteceu esse fenômeno incrível e eu mal consegui me controlar e acabei chorando de felicidade. É inexplicável a sensação de ter um ser tão pequeno dentro de você chutando tão forte. Mesmo ainda não te-lo visto ou pegado, eu já o amo tanto. É um amor diferente, inexplicável, puro que só alguém que já passou por isso entenderia o que sinto pelo meu filho.

Infelizmente quando isso aconteceu o Harry não estava, na verdade ele estava sim na casa mas trabalhando no seu escritório. Achei bastante estranho ele resolver trabalhar aqui em casa e pra acrescentar, ele fica o dia todo no seu escritório. Mal fala comigo. Das vezes que fui até lá perguntar o que tanto fazia naquele lugar, ele respondeu pra mim que estava trabalhando ao dobro para poder tirar dias de folga.

Eu até que entendo esse seu objectivo de ter dias de folgas, mas simplesmente estava achando um exagero pois ele não descansava, não comia e não queria que eu entrasse no seu escritório. Acabei desistindo de tentar tira-lo dali e fui pro meu quarto. Passei a metade do dia dormindo e quando levantei fui pra cozinha com o meu notebook.

Sempre fui fascinado pela cultura africana, desde os seus hábitos e costumes e principalmente pelos pratos exóticos que só eles sabem fazer. Enquanto procurava por um cursinho online de culinária encontrei um canal onde uma linda jovem faz pratos fascinantes da África.

De todos os vídeos que vi nenhum dos ingredientes usados tinha na cozinha e quando já pretendia desistir encontrei o vídeo perfeito. O prato feito parecia ser delicioso e eu resolvi fazer eu mesmo.

Na descrição do vídeo o nome do prato era “Moamba de Galinha”. Fui acompanhando o vídeo e fazendo tudo que a jovem fazia, foi difícil conseguir a tal de moamba, mas no final deu tudo certo e a aparência do meu prato estava tal igual a do vídeo. Fiquei orgulhoso do meu belo trabalho e não perdi o tempo de servir o meu prato acompanhado do funje, que também é um alimento da culinária africana que basicamente é um mingau que pode ser feito com sorgo, milho, grãos de milheto ou mandioca. 

No instante em que me sentei pronto pra comer, Mariza adentrou na cozinha e o seu rosto surpreso me faz olhar pra ela com um pequeno sorriso.

— Que prato é esse? — pergunta curiosa e eu aponto pro meu notebook já que o vídeo da jovem ainda está aberto. — Moamba de Galinha. — lê a descrição do vídeo e olha pra mim com as sobrancelhas arqueadas.

— É um prato da culinária africana. — digo dando a primeira garfada da minha comida e aposto que neste momento os meus olhos brilharam. — Meu Deus! — exclamo.

— O que foi? Não está bom? Precisa de água? — Mariza pergunta preocupada.

— Você tem que provar isso. — digo e ela ainda continua a olhar pra mim confusa, o que me faz revirar os olhos. — Podes provar, está delicioso. — digo e desta vez ela pega um garfo e se aproxima.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora