58 -- Confissões.

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“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado” — Roberto Shinyashiki.

John Bruce Mahonne
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Quando tudo parece finalmente entrar nos eixos acaba acontecendo coisas que nos diz ao contrário. Antes mesmo de começarmos a pintar o quarto do nosso filho, Harry acabou passando mal. Ele falou que era apenas um mal estar passageiro, mas eu desconfiava que era uma outra coisa. Pensei em falar pro meu pai assim que ele voltasse pra casa, mas quando ele chegou estava muito estranho e nem pude conversar com ele.

Harry nunca me explicou detalhadamente sobre a sua doença e sempre que resolvo pesquisar mais, eu acabo esquecendo. Mas do conhecimento vago que eu tenho, sei que alucinações são frequentes para aqueles que têm esquizofrenia e o que tinha acabado de acontecer era exatamente isso. Ele estava vendo a cor azul de verde e em um dado momento parecia que estava enjoado, ele olhava pra paredes ainda não pintada como se estivesse se movimentando.

Fiquei preocupado e já cogitava a ideia de chamar um médico, mas ele dizia com tanta firmeza que estava tudo bem. Com um pé atrás eu acabei aceitando. Passamos o dia todo pintando o quarto, foi um dia agradável e quando anoiteceu tentei ligar pra Jolie pois estava preocupado com o comportamento estranho do meu pai, mas ela não atendia as minhas ligações.

Eu tinha certeza que a Jolie sabia de alguma coisa, afinal de contas eles passaram o dia inteiro juntos e ainda dormiram sobre o mesmo teto. No dia seguinte tentei novamente contacta-la, mas sem sucesso, decidi ir até a sua casa. Não sabia se realmente estaria no seu apartamento, mas pela minha sorte ela estava lá.

— John? O que faz aqui? — disse assim que abriu a porta.

— Não conseguia falar consigo desde ontem e fiquei preocupado. — digo adentrando.

— Não precisa se preocupar, estou bem. — falou passando por mim e logo em seguida se joga no sofá da sua sala.

— Está mais que óbvio que não estás bem. — digo me sentando no outro sofá. — Assim como o meu pai. — digo e rapidamente ela olha pra mim. — O que aconteceu? — pergunto.

— Não aconteceu nada. — diz levantando do sofá, visivelmente incomodada com a minha questão.

— Hum! Tem certeza? — pergunto e ela balança a cabeça positivamente.

Nós mal conseguimos conversar direito, pois sempre que fazia questões relacionadas com o meu pai ela logo mudava de assunto e mesmo quando perguntava como ela estava se sentindo, Jolie respondia vagamente. O seu olhar parecia distante, ela estava pensativa de mais, não queria falar o que estava acontecendo e eu não poderia simplesmente obriga-la a contar pra mim.

Eu saí do seu apartamento quando era a hora do almoço e resolvi ligar pro Harry pois queria muito comer aqui na cidade, mas pelo visto foi uma péssima ideia pois o Harry comportou-se muito mal. Nós fomos almoçar no restaurante onde eu trabalhava pois o Harry adora a comida de lá e eu também, é claro.

Recebemos vários olhares de julgamento e até cheguei a ouvir alguns comentários maldosos quando chegamos no restaurante, e falando a verdade, eu não me incomodei. A partir do momento que eu deixei de me importar com as opiniões dos outros eu vi que a minha vida mudou significativamente, agora eu caminho livremente pelas ruas e por mais que eu ouça pessoas me julgando, eu não me incomodo mais, é como se tudo que falam entra em um ouvido e sai no outro.

Nós estávamos comendo tranquilamente e jogávamos conversa a fora até que o meu ex-chefe veio até a nossa mesa. Ele sempre deixou claro que tinha uma queda por mim e mesmo sabendo que tenho um noivo ele não se importou em beijar o dorso da minha mão. Eu estava incomodado e ao mesmo tempo com medo do que o Harry poderia fazer, pois ele não estava gostando a forma como o meu ex-chefe me secava com o seu olhar.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora