54 -- Pazes.

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“A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande”
— Roger Bussy-Rabutin.

Harry Carter
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Eu não queria que o John soubesse a verdade daquele jeito, mas as coisas nem sempre são como queremos ou pensamos, eu tive que me contentar com o que acabara de acontecer e tentar de alguma forma fazer as pazes com o John.

Enquanto dirigia em direção ao apartamento da Jolie, as minhas mãos suavam tanto e o meu coração batia tão rápido. Eu estava com medo. Muito medo. Nunca passei por isso antes portanto tudo isso é tão novo pra mim, nunca senti esse medo tão profundo de perder alguém.

Lembrar dos olhos cheios de lágrimas do John faz o meu coração se apertar ainda mais. Eu me sentia sufocado em quanto dirigia que precisei parar em um canto qualquer da estrada e sair do carro. Precisava de ar.

Céus! Nem mesmo quando perdi a minha mãe eu me senti desse jeito. Isso é estranho.

Quando me senti melhor, eu voltei a dirigir. Tentei ao máximo pensar em boas coisas e isso ajudou-me bastante. Quando cheguei no apartamento da Jolie, foi ela quem atendeu-me na porta e como já previa, disse-me que o John está super mal e que já estava dormindo. Ela não me perguntou o que aconteceu, apenas falou que precisava dar um tempo pra ele.

Tempo. Eu não sei se conseguiria fazer isso pois está mais que óbvio que não consigo ficar sem ele. Me acostumei com a sua presença em todos os momentos, o seu sorriso e a sua forma manhosa de ser, agora só de imaginar em dar um tempo o meu coração quase que para.

Tentei me acalmar e expliquei pra ela que dar um tempo estava fora de questão, eu precisava fazer as pazes o mais rápido possível e ficar com a pessoa que amo. Relutante, ela concordou e fez-me prometer em não machuca-lo novamente.

Primeiro eu prometi pra mim mesmo que jamais o machucaria novamente e só depois disto eu prometi pra ela. Na quela noite eu não pude falar com o John pois já estava dormindo, mas a Jolie deixou-me entrar no seu apartamento e conduziu-me até ao quarto de hóspedes onde o John estava acomodado.

Avisto o John dormindo tranquilamente e como não queria que ele acordasse, eu entrei silenciosamente e quando já estava tão próximo, eu cubro o seu corpo com o edredom. Com muito cuidado consigo me sentar do outro lado da cama e como se fosse no automático, a minha mão vai direito até ao seu cabelo ainda molhado.

Os meus dedos passam pelos fios macios da sua cabeça enquanto a minha outra mão é guiada até ao seu rosto. Ele é tão lindo. Meu dedo polegar desliza nos seus lábios entreabertos e quando ele se remexe, rapidamente retiro as minhas mãos. Agora ele tem a barriga toda exposta e não consegui me conter em pousar a minha mão nela.

— Meu filho... — balbucio.

Hoje foi o dia em que pela primeira vez ele chutou. Foi incrível. A sensação de poder sentir os seus chutes não tem explicação e nem preço. O meu filho estava tão agitado pois conseguia sentir a felicidade dos seus pais, sempre que eu dizia alguma coisa ele chutava ainda mais, era como se fosse um sinal de que estava entendendo o que eu falava.

Eu passei a noite toda acariciando a barriga do John e quando dei por mim, já eram cinco da manhã. A Jolie adentrou no quarto e explicou-me o seu plano para que eu pudesse fazer as pazes com o John, eu concordei pois não tinha nenhuma outra opção. Minutos depois eu saí do apartamento da Jolie com o coração batendo tão forte e as mãos suando tanto pois me sentia tão ansioso para finalmente conversar com o John.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora