46 -- Seguranças.

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“Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade”
Mario Quintana.

John Bruce
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— Mas o que diabos aconteceu para falares desse jeito? — pergunto levantando do sofá.

Jolie para de andar de um lado pro outro e me olha como se estivesse com medo de contar o que houve. Arqueio as sobrancelhas e ela passa as suas mãos no rosto, nervosa.

— Ele me beijou. — diz olhando nos meus olhos.

— O quê? — a minha voz sai falha pois mal podia imaginar que ela me contaria isto. Lentamente sento-me de volta no sofá e olho pra ela com os olhos arregalados.

— Isso mesmo que você ouviu. — diz, pois de alguma forma percebe que eu estou pensando que talvez deve ser coisa da minha cabeça.

— Como isso é possível? Vocês se odeiam. — digo o óbvio e ela sorri de nervoso.

— É e ainda não contem o pior de tudo isso. — diz se jogando de qualquer jeito no sofá.

— O que mais? — pergunto curioso.

— Eu gostei do beijo. — a sua confissão me faz abrir a boca em choque. — Nós nos pegamos aí na vossa sala e a doméstica nos fralgou. Depois disso fiquei toda envergonhada e com mais ódio do seu pai.

— Meu Deus! A Mariza deve estar traumatizada. — digo rindo e em troco ela taca o travesseiro em mim. — Aí. — resmungo.

— Não tem graça, ok?

— Vocês são as pessoas mais esquisitas que já conheci.

— Sei. — diz revirando os olhos.

— Ei! Você não precisa ter ódio do meu pai.

— Vamos parar de falar sobre o velho idiota. — diz levantando do sofá. — Por favor!

— Tudo bem. — digo levantando as minhas mãos, rendido.

Jolie tem um histórico amoroso bem complicado. Ela, assim como eu, sofremos muito nessa questão. Segundo ela, quando adolescente, ela relacionou-se com um menino que aproveitou da sua inocência e brincou com ela descaradamente. De lá pra cá, nunca esteve com mais ninguém e é por este motivo que eu entendo perfeitamente porquê o beijo do meu pai mexeu com ela.

Ajudei a fazer o café da manhã e em momento algum nós voltamos à falar sobre o Sebastian, muito pelo contrário, falamos sobre o meu noivado. Conto como tudo foi sem deixar escapar nenhum detalhe e no final de tudo eu percebo que a Jolie já estava derramando lágrimas.

— Está chorando. — afirmo.

— O quê? Nem percebi. — diz apressada e em seguida levanta-se da mesa.

— Sei. — debocho. — O que vamos fazer agora?

— Como assim?

— Vamos passar o dia aqui em casa? Sem fazer nada? — pergunto fazendo uma careta no final.

— Claro que não. — diz revirando os olhos. — Vamos fazer aquele nosso passeio, sabes? — diz dando uma piscadela de olho e em seguida sai andando em direção ao seu quarto. Sorrio pois estou muito afim de passar o dia fazendo besteiras com a Jolie.

Meia hora depois a Jolie sai do quarto, linda e cheirosa, mas a cada passo que ela dava em minha direção o aroma do seu perfume tornava-se tão forte e dava-me ânsia.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora