53 -- Pedido de desculpas.

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“Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal”
— Friedrich Nietzsche.

John Bruce Mahonne
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Depois de tudo que tinha acontecido entre mim e Richard, eu tinha jurado que não confiaria em nenhum outro homem. Não sei quando e nem como o Harry quebrou o que tinha prometido, ele conseguiu facilmente roubar o meu coração quebrado e lentamente ele foi consertando tudo que o Richard tinha estragado dentro de mim.

Harry deu-me a esperança de que ainda poderia ser feliz quando eu imaginei que tudo estava perdido. Quando imaginei que não fui feito para ser amado, ele de alguma forma provou-me ao contrário.

Eu passei os últimos sete meses vivendo intensamente, feliz e ao lado da pessoa que amo. Mas tudo mudou, o meu ponto de vista com relação ao Harry mudou completamente a partir do momento que vi aquelas fotos.

Ele mentiu pra mim por todo esse tempo. Não consigo entender como ele conseguiu olhar nos meus olhos e não ter nenhum pingo de vergonha. Ele diz que escondeu tudo isso de mim pois tinha medo de me perder, mas infelizmente eu não consigo acreditar nessa sua desculpa.

Eu sai de casa porque não conseguiria ficar por lá depois disto, não sabia por onde ir, a minha cabeça dava às voltas. No volante, eu andei por toda a cidade de Nova Iorque e quando dei por mim eu estava de frente a praia.

Retiro o tênis que uso antes de sair do carro e enquanto caminho em direção à água eu sinto a area formigar os meus pés. A brisa forte bate sobre o meu rosto e a minha vontade é de desprender o meu cabelo do coque mal feito, faço isso e quando finalmente chego até a água faço questão de ir mais fundo.

A água gelada chega até ao meu pescoço e é como se quanto mais longe, quanto mais água me cobre, mais me sinto bem. Fecho os olhos lentamente e continuo indo na frente até estar totalmente imerso na água. A sensação que sinto é de paz, é como se não tivesse nenhum problema, mas todo esse sentimento vai-se embora quando alguém me tira rapidamente da água.

— Mas que...? — surpreendido, eu tento falar alguma coisa mas me sinto ofegante de mais.

— O que você pensa que está fazendo? Está louco? — ouço a voz estridente do jovem que tirou-me da água. — Você queria se matar?

— Não fale bobagem. — digo me sentando na area.

— Bobagem? Se eu não corresse atrás de você estarias agora se afogando. — diz. Suspiro e olho pra ele, o jovem parece ser da minha idade, tem uma boa aparência e se veste bem.

— Você já pode ir. — digo voltando a encarar a grande onda que se forma na água.

— Ótimo! é desse jeito que você agradece a pessoa que salvou a sua vida? — pergunta irónico.

— É sim. — digo já aborrecido.

— Tudo bem então. — diz também se sentando e suspirando logo em seguida.

— O que você quer? — pergunto irritado.

— Estou te aborrecendo? — responde com uma pergunta.

— Muito.

— Desculpa, não foi a minha intenção. — diz sincero e eu aceno com a cabeça. — Eu vim pra praia tentar relaxar a mente depois de tantos problemas e  tudo que acabei fazendo é te chatear. — diz distante em seus pensamentos. Olho pra ele e tudo que vejo é um reflexo de mim. Ele parece cansado como eu, decepcionado como eu e triste como eu.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora