43 -- Desespero.

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“Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado.”
— Albert Camus.

Harry Carter
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— Vamos descer? Estou morrendo de fome. — John pronúncia-se.

Concordo balançando a cabeça. Saímos do quarto e caminhamos até chegar na sala de jantar. Pelo visto a mesa já estava posta à um tempão, era o esperado pois já passam das 7hrs da manhã. Sentamos nos nossos lugares e nem três segundos se passou para que o Sebastian adentra na sala com uma cara de quem andou aprontando.

— Já estava pensando em tomar o meu café da manhã sem vocês. — diz sentando no seu lugar.

Sebastian tem essa cultura de sempre fazer a refeição com todos reunidos na mesa. Eu acho isso legal, mas também chega a ser um grande sacrifício quando se está com fome e mesmo assim esperar todos se fazerem presente.

— Não deverias esperar por nós. — digo e ele revira os olhos.

— Espera aí. — diz ficando em uma postura reta. — Primeiro, bom dia. — diz e nós respondemos em uníssono. — Segundo, onde vocês estavam? — pergunta como se não soubesse de nada.

— Quanta hipocrisia, Sebastian. — digo.

— És tão cínico, papai. — John diz e o Sebastian abre a boca indignado como se estivesse ofendido.

— Eu? Jamais. — diz. — Eu só quero saber onde vocês estavam.

— Você sabe, mas tudo bem, vou conta-lo. — John diz. — Olha essa maravilha. — mostra o seu anel de noivado e o Sebastian sorri. — Harry pediu-me em casamento.

Sebastian olha pra nós em silêncio e quando menos esperamos, ele segura a minha mão que estava por cima da mesa e em seguida faz o mesmo com o de John.

— Eu fico muito, mas muito feliz por vocês. É maravilhoso vê-los juntos marcando passos rumo a felicidade, na verdade vocês já são felizes mesmo não percebendo. — diz alternando o seu olhar entre eu e o John. — Desejo toda a felicidade do mundo.

— Nós agradecemos. — John diz sorrindo.

— Muito bem. — Sebastian diz e em seguida desgruda as suas mãos das nossas. — Sr. Carter?

— O quê? — pergunto fazendo uma careta pelo jeito que ele me chamou.

— Sr. Carter, você esqueceu de um detalhe. — diz levantando o seu dedo indicador. O seu olhar exala seriedade, o que me deixa confuso e intimidado.

Sério, apenas o Sebastian consegue me deixar desse jeito. Apenas ele me intimida. O meu olhar se desvia para o John e ao perceber que ele ria da situação isso me deixa ainda mais confuso.

— O que eu esqueci?

— Você não pode simplesmente pedi-lo em casamento e pronto, está tudo resolvido. — diz e eu fico ainda mais confuso do que já estava. — Oras, você deve pedir a minha autorização como pai do John.

— Céus, Sebastian. — digo e por incrível que pareça, eu estava prendendo o ar e nem tinha percebido. — Você mesmo acabou de falar que estava feliz por nós, isso indica que você aprova que eu fique com o John.

Céus! O meu café da manhã não poderia passar da melhor maneira, tendo o Sebastian me importunando com a questão de antes ter pedido a sua autorização para casar o John e o meu noivo rindo da situação toda.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora