50 -- Passado.

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“Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz” — Platão.

Harry Carter
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Se há oito meses atrás me perguntassem o que é a felicidade sem hesitar eu responderia que é um sentimento que não existe, mas caso exista apenas os frascos e tolos sentem. Agora estou aqui com o coração à mil por segundos, olhos arregalados e pele arrepiada pois tive a melhor notícia que poderia receber. O John está grávido de um menino.

O que estou sentindo neste momento se resume em uma única palavra. Felicidade. Mas se for me basear em conceitos que eu tinha há uns oito meses, a única explicação lógica seria que me tornei um fraco ou um tolo.

Mas agora eu sei que estava totalmente errado pois todo esse sentimento é tão gostoso e me torna ainda mais forte.

Eu me lembro que há uns meses atrás enquanto conversava com o John eu tinha dito que queria uma menina, mas agora eu sinto que o gênero de nada importa. O que eu quero mesmo é que o bebê esteja bem e que venha logo ao mundo pois eu anseio pega-lo, abraça-lo, cuida-lo e dizer olhando nos seus olhos o quanto amo ele.

Fiquei igualmente feliz quando soube do sexo do bebê que a Angel espera. Ela também está esperando um menino que não vejo a hora de abraço-lo e pedir mil desculpas por ser tão egoísta e querer cuidado-lo às escondidas. Pensando seriamente nisso eu chego a ver o reflexo do Cristian em mim pois ele me criou às escondidas. Imaginar que a promessa que fiz há anos de que nunca seria igual ao Cristian está sendo quebrado pelo medo de perder a pessoa que mais amo neste mundo é assustador e arrepiante.

Solto um longo suspiro e tento me desconectar desses pensamentos que só me trazem angústia. Olho todos que estão no consultório do Mark e ver os seus sorrisos e alegria é algo tão maravilhoso que me faz sorrir de volta e abraçar o John com força.

— Vamos ter um menino... — John diz emocionado enquanto nos abraçamos.

— Vamos sim, querido. — digo o abraçando ainda mais forte.

— Que lindo, olhem pra câmara pois esse momento merece ser registrado. — a voz animada da Jolie nos faz sorrir ainda mais e no exato momento que olhamos na sua direção várias fotos foram tiradas.

Acabamos ficando mais tempo no hospital pois não nos cansavamos de comemorar e ouvir os batimentos do bebê. Já quase meio dia, decidi sair à sós com o John. Quero passar mais tempo com ele. Enquanto nos despediamos do Sebastian e Jolie, eu pude ver uma sombra de desconforto nos seus olhos pois querendo como não eles passariam um tempinho juntos.

— Seja gentil. — sussurro para o Sebastian antes de nos afastarmos.

Eu e o John caminhamos em direção ao carro estacionado à poucos metros de distância. Abro a porta do carro assim que chegamos de onde está estacionado e deixo que o John entre e se acomode. O ajudo a colocar o sinto de segurança e depois disso eu entro no carro e faço o mesmo.

— Onde vamos? — John pergunta curioso.

— Não sei. — respondo símples. Olho de relance pra ele e a expressão de confuso me faz querer continuar a contemplar o seu lindo rosto, mas infelizmente a minha atenção é desviada instantes depois para a estrada.

— Como assim? — pergunta.

— Hoje você será o meu guia, vamos à lugares que você quiser. — digo e aproveito o momento que paramos no sinal para olhar mais uma vez pra ele.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora