51 -- Aniversário de desgosto

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“As pessoas sabem aquilo que elas fazem; frequentemente sabem por que fazem o que fazem; mas o que ignoram é o efeito produzido por aquilo que fazem”
— Michel Foucault

John Bruce Mahonne
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Olhos vendados.

Mãos e pés amarrados.

Silêncio.

Aflição.

Desespero.

Ter acordado de um belo sono e perceber que tem fios prendendo as minhas mãos e pés me assustou. Fiquei ainda mais desesperado assim que percebi que os meus olhos estão vendados. 

— O que está acontecendo? — tento manter a calma, mas é quase impossível pois estou tão assustado com toda essa situação.

O silêncio ensurdecedor me deixa ainda mais aflito ao ponto de tentar me despender das amarras com força. Sinto os meus pés e mãos doerem mas nem por isso eu paro de tentar me despender.

— AAAHH... — grito cansado. — Harry? Você está aí? — pergunto torcendo muito que ele esteja aqui.

Silêncio.

Ele não está aqui e isso me apavora. Mais uma vez tento me despender usando mais força do que antes, mas mãos fortes me impedem, me fazendo parar subitamente.

— Harry? É você? — pergunto mas ninguém responde. Tento ao máximo sentir o cheiro da pessoa que está prendendo os meus braços com as suas mãos, mas não consigo distinguir pois o seu perfume me é desconhecido.

Sinto cada vez mais a respiração desta pessoa próximo ao meu pescoço, o que me deixa ainda mais assustado.

— Não se aproxime. — digo mas em resposta a pessoa passa a sua língua no meu pescoço e foi neste exato momento que o identifico.

— Que palhaçada é essa, Harry? — pergunto nervoso.

Como ele pode me assustar desse jeito?

— Está com medo? — pergunta lambendo mais uma vez o meu pescoço. Fecho os olhos quando sua língua quente passa delicadamente na minha pele, me fazendo por um momento esquecer que ele me assustou pra caralho.

— V-você... — tento falar mas quando ele desliza a sua mão por de baixo da minha camiseta a minha pele arrepia-se por completo e fico confuso entre mandar ele pro caralho por ter me assustado ou ficar quieto e aproveitar o momento.

— Eu? — sussurra no meu ouvido.

Sinto ele se afastar por um momento e em seguida a minha camiseta é cortada com... Com tesoura, eu acho.

— Você é louco. — digo, incrédulo.

— Por você. — diz, me fazendo sorrir feito um bobo.

— Eu quero ver o que você está fazendo em mim. — digo. — Tire a venda nos meus olhos.

— Não. — diz firme. — Hoje você não verá nada, apenas sentirá.

Mesmo não estando satisfeito com o que ele diz acabo aceitando e tento relaxar ao máximo para aproveitar o momento. Sinto que ele já terminou de cortar a minha camiseta e instantes depois eu percebo que ele já não está por perto.

— Harry? Onde você está? — pergunto confuso.

— Estou bem na sua frente, sentado na poltrona e com uma taça de vinho em mãos. — diz com calma.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora