20 -- Uma possível paixão

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Conversem!
Conversem sempre!
Sobre tudo!
Porque o silêncio são pedras.
E pedras se tornam murros.
E murros dividem.

Harry Carter narrando
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Nunca fui de dar satisfações do que eu faço ou deixo de fazer, de como trato as pessoas, mas hoje eu realmente me vejo na obrigação de esclarecer o que houve na noite passada. Eu simplesmente me alterei e falei coisas que não devia, sem contar que não tinha tomado o meu remédio, na qual contribuiu bastante para o meu pequeno surto.

Sinto um peso na consciência ao me lembrar das coisas horríveis que falei ao John, ninguém merece ouvir toda aquela coisa.

Ando em passos lentos pelo corredor até chegar na porta do quarto de John, paro e encaro a porta mentalizando o que eu vou falar pra ele. Passou-se alguns minutos até que resolvo abrir a porta e entro em seguida, fechando-a por trás de mim. Observo o quarto e tudo está exatamente como deixei ontem, e estar aqui neste momento me traz lembranças da nossa noite juntos, me lembro do quão maravilhoso foi a nossa transa, de como foi tão bom o nosso contato e de como os nossos corpos formavam um perfeito encaixe.

Desvio o meu olhar para cama onde o John se encontra neste momento. Ele está dormindo e pelo seu rosto inchado percebo que deve ter chorado muito e saber que o causador de tudo isso sou eu me traz um aperto no coração. Sento-me na poltrona ao lado aguardando pacientemente até ele acordar o que não demorou muito.

— O que faz aqui? — ele pergunta com a sua voz rouca quando abriu os olhos e notou a minha presença.

— Precisamos conversar.

— Não temos nada que conversar. — ele diz ríspido.

— Eu quero explicar o que aconteceu ontem.

— Mas eu não quero saber das suas explicações, não quero ouvir você, não quero te ver... Não quero nada que venha de você. — diz elevando o seu tom de voz.

Fico sem jeito, sem saber o que fazer. Nunca estive numa situação dessas e me sinto frustrado por não saber como resolver este problema. Se fosse com uma outra pessoa eu claramente ía mandar um foda-se mas com ele tudo é diferente e não sei porquê.

— Eu só te peço que você me ouça, tudo bem? — pergunto um pouco baixo.

— Saia daqui. — ele grita levantando da cama.

— Se acalme John, eu só preciso esclarecer as coisas... Eu... Eu não quis falar toda aquela merda. — digo também me levantando da poltrona.

— Você deixou tudo bem claro. Por favor vai embora e só volte quando quiserdes me matar. — ele diz amargurado.

— Eu não quero te matar. — falo e não sei porquê mas falar de morte me trouxe um aperto no coração. — Eu quero que você me ouça e acredite em mim. — digo por fim.

Eu sei que ele não é obrigado a acreditar em mim, mas me sentiria extremamente grato se acreditasse que tudo aquilo não foi intesionado.

Olho pra ele e o vejo balançar a cabeça em negação. Nunca imaginei que poder falar com alguém fosse tão difícil como está sendo agora. Ele anda em direção ao banheiro mas antes que ele chegue eu pego no seu braço, impedindo-o em continuar a sua caminhada. Ao tocar no seu braço ele faz uma careta e solta um gemido de dor sendo que não estou apertando ele.

— Não toque em mim. — ele diz puxando o seu braço e no ato as mangas da sua blusa sobe e pôde ver vários ferimentos.

— Oque foi que aconteceu com os seus braços? — pergunto preocupado e vejo ele ajeitando as mangas da sua blusa.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora