24 -- Um mal entendido

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“Quase todos acham que eu sou normal; mal sabem que posso ser um psicopata hibernado!”
Odlinor Otnemicsan.

Harry Carter narrando
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Eu tive a brilhante ideia de levar o John pra cachoeira que fica perto da minha casa, no começo eu estava confuso se levo ou não mas depois de tanto pensar à respeito eu cedi, afinal de contas, ele passou um mês da sua vida confinado em um quarto no subterrâneo então ele merecia pelo menos espairecer um pouco.

Eu como ninguém, sei como é ficar em um lugar fechado por muito tempo. Mas diferente do seu, que tem todo o conforto, eu passei quatro dias em um baú minúsculo que com certeza foi o lugar onde enlouqueci.

Só não esperava que a nossa conversa tomasse um rumo desagradável, com ele tendo à vontade de estar livre e correr de volta nos braços do Richard. Eu não o culpo de quer estar livre, até porque ninguém gosta de estar recluso da liberdade mas só não imaginei que ele ainda pensa em ficar com Richard. Ele não respondeu a minha questão mas o silêncio que pairou entre a gente foi mais que suficiente para confirmar que sim.

É tão engraçado eu pensar sobre essas coisas, afinal de contas quem aceitaria um psicopata na sua vida?

No calor do momento e da minha frustração resolvi fazer algo muito impensável que foi ter levado o John na minha casa. Quando chegamos na minha casa e encontramos o Sebastian na sala de estar eu fiquei um pouco apreensivo com o encontro dos dois, pois dizem que os país sentem ou têm uma ligação com os seus filhos. Pela troca de olhares e a intensidade da conexão que eles estavam tendo me deu à impressão de que talvez eles se conheciam mas isso era apenas coisa da minha cabeça.

Ter os dois na minha frente fez-me perceber do quão idênticos eles são. Eles têm alguns traços semelhantes das quais só percebi neste exato momento.

O Simon levou o John até ao quarto de hóspedes e agora estou aqui, à sós com o Sebastian que me olha confuso e curioso.

— Quem é ele? — pergunta ainda olhando em direção as escadas.

— John. — respondo simples, ele não diz nada e vai sentar até ao sofá que estava antes. Faço o mesmo que ele, me sentando no sofá ao lado.

— Parece que conheço ele de algum lugar. — diz pensativo, baixando a cabeça em seguida.

— Impressão sua, ele chegou recentemente no país e vai passar um tempo por aqui. — digo mentindo.

— É seu amigo? E porque está com aquelas roupas? — pergunta agora levantando a sua cabeça e olhando fixamente nos meus olhos.

— Sim, ele é meu amigo e está com aquelas roupas porque... Porque gosta. — digo gaguejando a última parte. Realmente sou péssimo em mentiras.

— Não me diga que ele saiu em algum manicômio. — diz levantando do sofá um pouco assustado com essa ideia.

— Claro que não! Ele não é nenhum doente, fica tranquilo. — digo também levantando do sofá. — Vou tomar um banho e depois volto, já contrataram a nova doméstica?

— Sim, e ao propósito, ela faz comida deliciosa. — diz pegando na barriga.

— Arram! Sei. — falo com deboche e vou em direção as escadas. Subo os degraus lentamente e agradecendo em mente que o Sebastian caiu direitinho nas minhas mentiras à respeito do John.

Ando pelo corredor dos quartos e quando passo pela porta entre-aberta do quarto de hóspedes onde o John está, penso em entrar mas me lembro de ele ainda pensar em voltar nas mãos do Richard, então continuo com a minha trajetória até chegar na última porta do corredor.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora