16 -- Bipolar

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"Um pouco de alegria cairá bem na sua jornada."
The Terror

Harry Carter narrando
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Foi hilário ver a cara do Cristian puto da vida, ele chamou alguns advogados pra confirmar se na verdade a compra das ações estavam certas e se pudessem cancelar a mesma. E quando falaram que tudo estava certinho e que não dava pra voltar pra trás sem o consentimento do novo sócio que no caso sou eu e a devolução dos seus valores ele quase teve um treco ali mesmo.

Depois daquela cena o resto do dia seguiu-se tranquilamente, adorei trabalhar naquele lugar. E por falar em trabalho tenho que ajustar o meu horário lá no consultório mas esse é um assunto pra depois pois agora eu quero visitar o meu convidado, vulgo John.

Passo pelo porão e sigo o caminho até chegar ao lugar onde o John está hospedado, tiro as chaves do meu bolso e abro a porta. Quando entro vejo o John a comer uma maçã e ao notar a minha presença ele se encolhe, voltando pra trás até a cabeceira da cama.

— Não vou fazer nada consigo. — digo indo até a poltrona e sento na mesma.

Ficamos em silêncio, ele olhando em nada e eu o observando. Me perguntando porquê ele escolheu esse destino pra ele? Porquê aceitou ser cúmplice de Cristian e Richard, se jogando na toca do lobo? Certamente não gosta da sua própria vida.

Desvio o meu olhar para sua orelha e percebo que não foi feito nenhum curativo no corte, a ferida ainda está muito exposta e pode vir infeccionar. Pego o meu celular e envio uma mensagem ao Simon para trazer o kit de primeiros socorros, em poucos minutos ouço o bater na porta e depois da minha autorização o Simon entra carregando consigo a caixa com todos os itens que preciso. Vejo o John encolher-se ainda mais quando viu o Simon, deve ter identificado ele quando foi drogado no seu próprio carro.

O Simon me entregou a caixa e saiu em seguida, levanto e vou sentar na beirada da cama onde o John se encontra.

— Fique bem vou fazer um curativo nessa sua ferida. — digo já abrindo a caixa e tirando alguns itens.

— Não quero. — diz ele.

— Eu só quero ajudar. — digo com calma.

— Você é um doente. — diz depois de poucos segundos de silêncio e pôde sentir repulsa nas suas palavras.

De todas as vezes que me foi dito "Você é um doente" nunca me tocou tanto quanto como eu senti quando ouvi isso da boca do John. Eu sempre vi isso como um elogio, uma qualidade mas agora eu me senti mal com aquilo.

Aperto os meus dentes pra tentar controlar os meus atos, essa tarde eu vim como seu psicólogo e é isso que serei neste momento, não vou o machucar. Não agora. Com muito cuidado pego na sua cintura e o encosto pra mais perto de mim.

— Me solta, não quero que me toque seu doente. — ele grita tentando se desvencilhar da minha mão que está na sua cintura.

— Cala boca... Cala essa sua boca. — digo já impaciente. — Da próxima vez que eu ouvir essa sua boca falando que sou um doente vais te arrepender muito. — falo ríspido.

— Vais fazer o quê? Cortar por completo a minha orelha? Cortar os meus lábios? — diz enervado. Esse menino está me desafiando!.

— Talvez. — falo aproximando o meu rosto a centímetros do seu e vejo ele engolindo em seco, claramente incomodado com a nossa a proximidade e eu gosto do efeito que isso causou nele. — Não vais falar nada? — pergunto com sorriso de canto e ele balança a cabeça em negação. — Ótimo! agora fica bem que eu quero fazer o curativo.

Um psicólogo exótico (Romance Gay/Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora