In a Black Suit

Capítulo 36 || Theo

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Narrado por Theodore Nott

Acordei sentindo um grande vazio na cama, me mexi procurando pelo corpo de Pietro, mas não obtive sucesso, por que ele não está na cama? Parece tão cedo...

- Já acordou? - Ele perguntou com a voz tão perto e imediatamente senti meu coração acelerar. Não entendi porquê... Mas acelerou.

Senti uma mistura de medo com... Algum sentimento que não consegui entender.

Resmunguei em concordância e comecei a abrir os olhos devagar para me acostumar com a claridade que vinha da grande janela, me sentei na cama e cocei meus olhos.

- Estava te esperando para tomarmos café juntos. - Ele sorriu gentilmente após seus olhos se encontrarem com os meus, ele está sentado no canto da cama, mexendo em seu notebook.

- Por que acordou tão cedo? - Perguntei sério voltando a me deitar.

- Tinha algumas coisas para resolver. - Ele respondeu brevemente, como se só fosse responder aquilo e nada mais, como se tivesse colocando um ponto final na conversa.

- Já resolveu?

- Sim. - Fechou o notebook e colocou em cima da mesinha que fica ao lado da cama.

- Então volte a dormir. - Falei sério e ele riu. - Não estou rindo, acordei me sentindo vazio, volte a deitar. - Ele assentiu ainda rindo e se cobriu novamente me puxando para deitar sobre seu peito. Me aconcheguei ali e suspirei sentindo seu cheiro tão confortável.

Droga... Eu realmente me senti vazio ao sentir a falta dele na cama. Eu não menti sobre isso, droga!

- Você que manda, pequeno. - Ele falou baixinho começando a acariciar meus cabelos.

- Eu sou mais alto que você. - Ronronei recebendo seu carinho tão calmo e delicado.

- Mas ainda é meu pequeno. - Falou em certeza e eu sorri, eu sorri verdadeiramente. E logo me arrependi disso, me arrependi muito. - Tudo bem? - Ele perguntou preocupado, como caralhos ele consegue saber quando não estou bem?

- Sim. - Falei tentando parecer convincente, mas não parece ter funcionado, ele ergueu o meu rosto e me olhou nos olhos, seu olhar brilhava preocupação, e o meu brilhava rancor. Eu só queria odiar ele... Não devia ser tão difícil.

- Você parece tão distante, quer conversar? - Ele acariciou minha bochechas em apoio e eu sorri triste.

Conversar? Eu queria socar a sua cara até sair todo sangue existente no seu corpo, desgraçado!

Mas também queria te beijar e esquecer de tudo que eu ouvi ontem, esquecer que descobri que você é um traidor, queria conseguir fingir que ainda somos nós... Queria que ainda fôssemos nós.

Por que? Por que a primeira pessoa por quem eu me apaixono é um desgraçado, filho da puta?!

Eu não sabia que esse sentimento de paixão era tão forte, eu ainda estou apaixonado por ele... Enquanto o odeio com todas as forças que me restam, isso é tão confuso.