Capítulo 02

1.3K 66 2
                                    

Sou suspeita para falar que ele estava um gato em um de seus ternos. Ele sempre ficava imbatível dentro deles, Elijah não havia mudado nada, não havia nem mesmo envelhecido. Era o mesmo Homem de três anos atrás.
Não tirei os olhos dos seus, não conseguia respirar direito, tudo em mim estava uma bagunça de sentimentos. O amor me consumiu ainda mais, ele era minha morfina, necotina, heroína, tudo o que era capaz de viciar. Por um instante ele era tudo o que eu precisava.
Não conseguia andar, tudo em mim parou ao vê-lo depois de anos, soltando o ar pela boca eu jurei que iria cair ao chão se ninguém me segurasse, ele se aproximou tão rápido de mim que só fui capaz de responder o seu abraço apertado.

— Meu anjo!.–Sua voz falhou.

— Garotão!.–Sussurrei.

Implorei a mim mesma para não chorar e estragar a maquiagem que Rebekah havia feito, afastei meu rosto de seu blazer e olhei para seus olhos. A tristeza, escuridão, a frieza não estavam mais presentes em seus olhos deram lugar ao amor, a vulnerabilidade, felicidade, as emoções que ele estava reprimindo por anos, ele estava de volta e sabia que a ideia de um suicídio fora embora junto com as emoções obscuras que ele carregava dentro de si. Ele me olhava com cuidado, segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou, tudo o que ainda estava adormecido em mim acordou naquele momento com o seu primeiro toque, com o seu primeiro beijo.

Quando Elijah fora embora do paraíso que Eloise criou pra mim, só restou a saudade, a preocupação que nem mesmo a minha filha fora capaz de acalmar. Ela foi desaparecendo com o tempo e quando eu me via sozinha ela aparecia. Acho que sua força foi toda para fazer me sentir bem ou para conservar meu corpo. Agora me sentia feliz novamente, me sentia viva como antes.

— Graças a Deus que está de volta!.–Seus olhos não saiam dos meus.

— É eu voltei, eu sempre volto!.–Falei quase chorando.

As mãos de Elijah me acariciavam desesperadamente, sabia que se ninguém nos interrompêssemos eu choraria.

— Olá casal!.–Rebekah disse se aproximando.

Sai dos braços de Elijah com um pouco de dificuldade e quando minha atenção estava em Rebekah, meu coração se encheu de amor. Ela segurava uma criança, sua pele era parda, havia os olhos e o cabelos da mãe, não havia muito de Marcel ali.

— (S/n), Conheça Eloise! Sua sobrinha!.–Rebekah sorriu.

Eu meu aproximei pegando a pequena no colo, ela era linda.

— Oii princesa!.–Falei.

Ficamos ali, perguntei Rebekah como Eloise aconteceu, já que vampiros não se procriavam entre si. Ela explicou que Freya fez um feitiço para ela ficar fértil. Era tudo o que ela queria, dava para ver nos olhos dela, viver um amor e ter sua família.
Depois eu e Elijah fomos dançar, acho que ele não queria isso mas estava fazendo o impossível para não nos tirar dali, seus olhos não saiam de mim e o seu toque não parava por nada.

Pov Elijah:

Tudo em mim voltou a viver novamente quando vi (S/n) em minha frente, vestindo seu vestido longo vermelho, os cabelos soltos com cachos de baby-liss nas pontas, sua maquiagem não estava pesada igual a maiorias das moças presentes isso dava a ela, toda a atenção do saguão.
Até certo momento eu estava lutando comigo mesmo para não ir embora ou  subir e dar a graça e a luz para meu quarto que ficou sem sentimentos algum depois de sua morte.
Mas perdi essa luta, precisava apenas dela. Assim quando entramos em meu quarto a escuridão, a melancolia, o inferno, a guerra que moravam ali durante 3 anos acabaram. Assim que (S/n) colocou os pés ali tudo passou a ter mais graça, mais paz, mais luz, ela trouxe a vida quando tudo estava perdido, quando tudo estava morto.

— O que estamos fazendo aqui, garotão?.–Ela perguntou.– Ainda me lembro de que não nos combinamos perto de uma cama!

Isso me fez sorrir, afrouxando minha gravata borboleta me aproximei dela.

— Quero aproveitar que você está de volta!.–Olhei em seus olhos.– Não sabe o quanto foi difícil pra mim.–Sussurrei.

— Eu sei meu amor.–Ela respondeu tocando em meu rosto.– Foi difícil pra mim também! Depois que você foi embora os primeiros meses foram bons, depois Eloise sumiu por apostar toda sua magia em mim, em partes fiquei sozinha porque ela voltava às vezes. Depois a saudade, a ansiedade por estar longe de você, a tristeza momentânea estava sempre presente.– Seus polegares acariciavam meu rosto.

Isso partiu meu coração, saber que ela estava sozinha, saber que ela precisava de mim mas eu não podia fazer nada. Prometi pra mim mesmo naquele momento, que toda solidão que ela sentiu, não sentiria novamente. Agora meu foco é ela.
Abracei ela com força, queria que ela sentisse todo o meu amor atravéz daquele gesto. Suas mãos entraram para dentro do meu blazer acariciando minhas costas, reconheci a sensação de que nunca esqueci. A sensação de voltar para o meu porto seguro. Quando ela se afastou olhando em meus olhos.

— Você não ficou bravo por eu ter pedido Freya para trazer Hayley a vida, ficou?.–Ela perguntou com uma dúvida no olhar.

Essa simples pergunta me fez lembrar dos possíveis gêmeos. Respirei fundo para não me perder nos pensamentos e focar em (S/n).

— Não, mas não sei como pensou que eu amaria outra pessoa além de você!.–Acariciei seu rosto.

— Queria que você seguisse em frente e não que ficasse preso ao passado!.–Ela disse quase sussurrando  com os olhos fechados, sentindo meu toque.

— Eu não aceitaria me relacionar com ninguém mais meu anjo, isso apagaria as memórias mais lindas que tenho de você!.–Falei.

Seus olhos se abriram e aquelas palavras fizeram algum efeito nela, ela deu um sorriso sem mostrar os dentes.

— Eu te amo!.–Falei.

— Eu também te amo, meu amor!.–Ela respondeu.– E como tá nossa casa?

— Não sei. Faz três anos que não piso lá!.–Falei.

Ela ficou me olhando surpresa, tocou em meu rosto e me deu um beijo. Um beijo cheio de saudade, de amor, de intensidade, de excitação. Um beijo que só ela tinha, estava se segurando dês do nosso encontro lá fora.
Depois de alguns segundos nos beijando decidi me afastar, queria curtir sua companhia primeiro, não ir direto para cama.

— Vamos com calma!.–Falei.– Quero aproveitar sua companhia hoje e não ir para cama direto!.–Expliquei.

— Poxa que azar hein garotão! Eu dormi por três anos estou com muita energia!.–Ela riu.

Isso me fez sorrir e eu soube naquele momento que teria que lutar comigo mesmo já que a vontade dela era a cama.

— Tá bom, mas vou esperar até chegarmos em casa!.–Ela disse.

Uma parte de mim queria correr pra casa agora, a outra queria ir com calma. Voltamos para o baile, seria complicado ficar com ela no quarto, conversei um por um sobre a minha decisão de não se matar, porque agora eu tinha um motivo para viver.
(S/n) me observava do outro lado do saguão com um olhar de matar, consegui explicar para todos a minha decisão, me despedi de Klaus e de todos depois de um segundos. Não aguentava mais os olhares tentadores de minha mulher, peguei sua mão e a levei para o carro e fomos para casa.

Meu Porto Seguro // Elijah Mikaelson & (S/n)                (2ª Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora