Capítulo 23

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Pov Elijah:

Acordei às 08:00 com (S/n) tendo um pesadelo novamente. Odiei a dor em seu rosto, queria protegê-la até mesmo de seus sonhos e infelizmente isso não era possível. Talvez eu poderia hipnotiza-la para contar-me o que havia em seus sonhos, ou talvez entrar em seu subconsciente e ver do que se tratava o seu pesadelo, mas todas essas alternativas eram invasivas.
Mas não tentei evitar, todos os problemas dela eram meus quando me tornei seu marido. Peguei na sua mão e em seguida eu vi nós dois, e logo depois eu a ataquei, não por prazer, ou para transformá-la e sim para mata-la. Enquanto tentava me tirar de sua frente para fugir, ela olhava nos meus olhos, não no Elijah que estava mordendo, nos meus.

— Elijah?!.–Ela sussurrou.

E então ela acordou assustada, olhando nos meus, tentando acalmar sua respiração, tentando se acalmar.

— Elijah?.–Ela me chamou.

E eu não fui capaz de responder, não depois do que eu vi. Eu queria ser o Homem que desse a ela toda a felicidade do mundo, queria ser a sua calmaria, seu porto seguro, queria que ela confiasse em mim, precisasse de mim, como eu precisava dela. Não queria ser o homem que lhe causava o medo, que a traumatizasse e eu fiz isso. Eu a machuquei e agora ela estava sangrando, sagrando em silêncio.
Fui ao banheiro, lavar meu rosto para tentar esquecer o que eu acabará de ver, os soluços de choro de (S/n) quase me fizeram voltar para cama correndo, mas eu consegui me segurar, fechei a porta do banheiro assim que cheguei. A dor em meu peito se expandiu rapidamente, por saber que eu causei tudo isso nela, a culpa era como água entrando lentamente dentro de mim, era como se eu estivesse morrendo afogado dolorosa e lentamente.

Pov (S/n):

Estava arrependida, machucada, quebrada, decepcionada comigo mesma por não ter contado antes a ele, me levantei da cama e fui até a porta do banheiro e esperei a coragem para chamá-lo. Tentei abri a porta e estava trancada, respirei fundo e tentei dizer seu nome, mas não saia uma palavra da minha boca.
Bati de leve na porta tentando não chorar.

— Elijah?!.– O chamei tentando prender o choro, mas isso não adiantou.

Não tive resposta, o silêncio era ensurdecedor, me encostei na parede e escorreguei me sentando ao chão. Eu havia esquecido do remédio que Camille me deu para dormir, estava tão distraída nos braços de Elijah que havia me esquecido do remédio. Merda. Quando escutei o barulho da porta sendo aberta, me levantei rapidamente esperando seus olhos focarem aos meus, mas ele me ignorou e aquilo doeu. Doeu ainda mais ao lembrar que fui eu que causei aquilo tudo, ele foi para o closet sem dar a mínima pra mim.

— Garotão!.–Eu sussurrei mas sabia que ele estava me escutando.

E mesmo assim, me ignorou. A pior coisa que existe é ser ignorado por quem você ama, recuperei minhas forças e consegui caminhar até o closet. Ele estava se vestindo o que significava que ele não ficaria em casa e se afastaria de mim, quem estava fugindo dessa vez não era eu, era ele.

— Por favor, vamos conversar!.–Implorei.

Ele me olhou através do espelho e eu fui capaz de ver a sua dor. Aquilo foi o bastante pra mim, tinha a certeza que a partir de hoje eu estava morta, ele me ignorou novamente. Acabando de colocar a gravata ele pegou o blazer e sentou-se na cama, colocando os sapatos.

— Conversar o que, (S/n)?.–Ele disse em um tom sério.– Sobre eu ter te machucado? Traumatizado você? Não quero ser o homem que causa isso em minha mulher!

— Elijah não, você não causou isso!.–Menti para mim mesma.

Mas eu estava certa, ele não causou isso. Eu quis ficar na vida dele, a culpa era minha e eu não ligava pra isso. Porque tudo o que importa pra mim é ele.

Meu Porto Seguro // Elijah Mikaelson & (S/n)                (2ª Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora