Pov Rafaella
Estava em casa sem saber o que fazer, eu vacilei duas vezes uma com Gizelly e a outra comigo mesmo, sempre por agir por impulso não deveria ficar me defendendo e não ter filtros nas coisas que eu vou falar, machuquei Gizelly sem querer e isso depois de já ter tipo uma das melhores conversas com ela, foi o melhor início de festa saber que a capixaba tem bia parte dos gostos que o meu, mas eu como idiota que sou acabei estragando o que estava começando, eu poderia ter a amizade dela sim e eu estraguei isso, quando tentei me desculpa ela me tratou com toda a raiva do mundo e eu não tirei sua razão eu mereço, assim como eu merecia nossas amigas com raiva por aquilo. Mas vê-la com raiva não me doeu tanto quanto ver ela beijando a Hari, aquilo me apertou por dentro e eu só consegui sair dali e não pensei em mais nada a não ser ir me jogar nos braços de Yasmin, ela sempre foi o meu refúgio no final dos meus dias frustados e solitários, conheci ela em uma boate e quando descobri tudo sobre ela disse que iria lhe ajudar, mas ela recusou sair da vida que vivia. Entre nós não há sentimentos, não de amor, é apenas sexo, apenas uma amizade para se aliviar e no caso ela que me alivia quando eu preciso, sempre foi assim, mas ela é muito mais que isso, nós já trocamos ideias em algumas noites que eu precisava só conversar, enquanto bebíamos, ainda tenho que ver como ela está assim como Gizelly.
_ Quanta merda você fez em uma só noite Rafaella.- falei pra mim mesma.
Estou aqui esperando Marcella que tenho certeza que pode me matar assim que passar por aquela porta, não mexi mais no celular depois que falei com a minha prima, meus pais vão me odiar e irão me ignorar, sinto que meu pai ...algo não vai dar muito bom pra mim mais ainda, meu pai é preconceituoso por ele já teria casado novamente com vários filhos solteirões de amigos seus ou até mesmo ter voltado pra alguns ex a qual me traíram mas que pra ele eram homens bons que tinham sofrido alguns "deslizes", minha mãe sempre foi reservado sobre alguns assuntos e eu não sei como será. Meu irmão é mais calmo, mas sei que tem um pouco do machismo do meu pai nele, porque até em mim já senti algumas vezes, sim eu já tive preconceito por eu ser bissexual, me neguei no começo de tudo até realmente entender o que estava acontecendo comigo.
Joguei meu corpo naquele sofá e comecei a chorar pensando agora em quais seriam as minhas consequências, no trabalho, nas minhas lojas e principalmente com minha família. Me entreguei aquela situação do momento, eu estava sozinha como sempre acabava ficando.
Ouvi a campainha tocar, já sabia que não seria Marcella pois ela tem a chaves de casa, então resolvi ficar quietinha naquele sofá, mas a campainha não parou. Me levantei um pouco zonza e caminhei até a porta, soltei um suspiro pesado por não saber quem poderia estar ali, assim que abri a porta é como se tudo caísse encima da minha cabeça e novamente voltei a chorar descontrolada, senti braços rodear meu corpo e senti ser carregada de volta ao sofá, me permite chorar e era só isso que eu queria chorar, senti ser puxada para deitar e naquele colo eu pude chorar até que acabei adormecendo..
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A porta do apartamento foi aberta, Marcella entrou e apenas encostou a mala na porta, notou o silêncio caminhou e assim que chegou a grande sala viu Gizelly sentada com Rafaella adormecida em seu colo.
_ Oi Gi.- disse Marcella em tom baixo.
_ Oi Ma!- falou a capixaba bloqueando seu aparelho.
_ Tá muito tempo aqui?
_ Não, cheguei tem uns 30 minutos assim que recebi sua mensagem dizendo pra eu encontrar você aqui, resolvi umas coisas e vim pra cá pensei que você já estava aqui.
_ Desculpa eu esqueci de informar que estava vindo de Goiânia ainda.- falou Marcella sentando em uma das poltronas.- O que aconteceu?
_ Assim que ela me atendeu começou a chorar e não falou nada, trouxe ela até aqui sentamos e ela chorou mais ainda até dormir.
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Ao Amanhecer/Girafa
FanfictionO que será ser só Quando outro dia amanhecer? Será recomeçar? Será ser livre sem querer? Chico Buarque