A ordem de uma Princesa

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Rafaella POV

Meu relógio despertou no mesmo horário de sempre, levantei preguiçosamente da cama, eu não tinha dormido bem. Fiz minha higiene pessoal e sai do banheiro, olhei pela janela e o sol surgia timidamente atrás das nuvens. Coloquei um shorts de corrida vermelho e uma camisa leve branca, e nos pés escolhi um tênis também vermelho, prendi meus cabelos em um coque mal feito. Sai do quarto e escutei uma grande movimentação no andar de baixo, desci as escadas pela direita, e o pequeno hall estava modificado, tinha uma mesa de  vidro no centro com um vaso de flor em cima, e o espaço era preenchido por poltronas de madeira com estofado bege e algumas na cor vinho, alguns funcionários davam os últimos ajustes. 

— Bom dia a todos – falei suave, ainda na escada.

Todos me olharam e fizeram uma reverência silenciosa. Desci das escadas e passei pelos corredores, os guardas usavam novos uniformes, na cor vermelha e calça preta, ao contrário de antes que era tudo azul escuro, cumprimentei à todos. Segui meu caminho até a cozinha, empurrei as grandes portas e olhei em volta, estava uma correria, o fogão estava a todo vapor, assim como os garçons que iam e vinham do salão de refeições.

— Nossa – falei baixo, parada na porta, observando tudo

 Um garçom veio em minha direção, ele fez uma rápida reverência.

— Bom dia princesa, a senhora Lee mandou lhe entregar isso – ele me entregou uma sacola de papel – mandou te informar também, que está temporariamente proibida de vir na cozinha real.

Ri sem humor, e peguei a sacola.

— Agradeça ela por mim e diga que eu sou a princesa, e vou entrar na cozinha quando eu quiser – falei autoritária e sorri – Obrigada por fazer seu serviço, tenha um ótimo dia. 

Sai dali e caminhei um pouco irritada com as ordens de Lee, ela tinha esse pensamento de que eu não podia ter amizade com pessoas inferiores ao meu título de princesa. Cheguei na quadra e sentei nas arquibancadas, abri a sacola e tinha minha garrafinha de água junto a uma pêra, comi a pêra apenas para tirar o desjejum, joguei o resto no lixo que ficava debaixo das arquibancadas, caminhei até a quadra, fiz meus alongamentos.

Naquela manhã corri mais voltas, eu estava dando a última volta e meu celular apitou, eu tinha batido meu recorde de 15m57s para 14m12s, dei um gritinho de felicidade, corri saltitante e me joguei na grama. Fiquei ali alguns minutos, olhei no celular e marcava 6:57am me levantei, tirei algumas raízes de grama que se prenderam ao meu cabelo, corri saltitante até o castelo.

— Princesa ! – escutei a voz grossa de Kaius perto do meu ouvido, não pude prender o grito.

Olhei para ele assustada e coloquei a mão sobre o coração, ele sorriu. Kaius era como um tio para mim, cuidou de mim desde que nasci, sempre foi meu guarda favorito.

— Kaius que susto! – falei

Ele sorriu mais ainda, fazendo com que suas covinhas se formassem. Kaius estava na casa dos 40 anos, mas era muito bonito, seu cabelo era ruivo que combinava com suas sardinha no rosto.

— Desculpe-me Kalimann, não foi minha intenção – ele falou e ajeitou seu paletó – o Rei deseja vê-la.

— Certo, tem que ser imediatamente ? 

— Quando puder, mas que seja breve – ele sorriu

— Obrigada Kaius – caminhei para o corredor – Kaius... – virei para trás e vi o guarda se virando para minha direção – Não me chame de Kalimann .

— Isso é uma ordem ? – ele levantou uma sobrancelha e sorriu 

— Se for, você vai parar de me chamar assim ? – ele assentiu – Considere uma ordem – empinei o nariz e dei as costas.

AS TRILHAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora