Um belo dia para dar uma segunda chance

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Bianca POV

Estacionei meu carro atrás da famosa academia no centro de Los Angeles, era no meio da tarde, as ruas estavam cobertas de neve, deixando a cidade pouco movimentada. Entrei pelas portas do fundo já conhecendo bem o lugar, Pérola era uma das personal trainer, alta e com um corpo bem definido, ela sorriu assim que colocou os olhos em mim.

— Bianca, como você está ? – ela saiu de trás do grande balcão de shakes.

— Estou bem e você ? – coloquei minha bolsa de esportes no chão.

— Estou bem também, apesar do frio e da neve dificultando minha vida. – ela revirou os olhos.

— Imagino. Hm, a Gizelly está por aí ?

— Está sim, ela deve estar lá em cima, no tatame de Muay Thai.

— Ótimo, vou me trocar.

Corri para o vestiário e me troquei rapidamente, minha pele se arrepiou assim que deixei meu blazer do terninho, arrumei as alças da regata no meu corpo e me sentei para colocar meu tênis, guardei meu sapato junto com minhas roupas e bolsa no armário. Saindo do vestiário, algumas pessoas me cumprimentaram e outras apenas acenaram com a cabeça, subi as escadas para o segundo piso onde ficava os tatames, assim que alcancei o último degrau, vi Gizelly derrubar um homem com um golpe rápido e rasteiro. Ela se levantou e ajudou o homem a ficar de pé, notei que ele estava vermelho e suado, ao contrário de Gizelly, escutei ela passar algumas informações de como repetir o golpe. Contornei o tatame e parei ao lado do saco de pancadas.

— Vamos lá. – ela incentivou o homem.

Gizelly deu uns pulinhos para trás e então se posicionou, flexionando os joelhos e protegendo o rosto com as mãos fechadas em punho. O homem avançou para cima enroscando seus braços nos de Gizelly e driblando seus pés, ele apoiou a cintura na coxa da loira e jogou a mesma por cima da suas costas.

— Isso ! – ela comemorou enquanto se levantava. – Treine mais um pouco com o Josh.

O homem saiu do tatame e passou por mim dando um leve aceno com a cabeça. Gizelly tirou suas luvas e caminhou na minha direção, sem pensar no seu corpo suado, ela me puxou para um abraço apertado.

— Boca Rosa, quanto tempo. – ela se afastou para me olhar de cima a baixo. – Ganhou uns quilinhos, huh ?

— É por isso que eu estou aqui.

— Ótima resposta.

— Quero socar alguma coisa, estou com tanta raiva que acho que vou explodir.

— Eu te diria para socar o saco de pancada. – ela deu uns tapas no saco de areia do meu lado. – Mas, você está fora de forma. – fechei a cara. – Vai se aquecer na esteira.

— Ah, não!

— Ah, sim. Vai lá. – Gizelly me pegou pelo braço e começou a me arrastar para o andar de baixo.

— Espera, espera. Cadê a Ma ?

— Foi encontrar com a amiga misteriosa.

— E a Maya ? – tentei fugir do seu aperto, mas Gizelly estava mais forte do que já era.

— Está com a mãe. – ela falou como se fosse óbvio. – Vai logo, sobe, sem moleza Andrade – ela apontou para esteira.

— Você nunca viu essa amiga misteriosa da Ma? – perguntei subindo na esteira, enquanto Gizelly regulava a mesma.

— Não. – ela deu ombros e ligou a máquina.

— Já pensou se ela tivesse com uma gostosona ? – tropecei nos meus passos quando a esteira começou a rolar.

AS TRILHAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora