Depois da tempestade

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Rafaella POV

“Esse é Rodolffo Matthaus”

O nome do garoto se repetia diversas vezes na minha mente, olhei para o sorriso superior de minha mãe e cerrei os dentes.

“ Não seja grossa, Rafaella, não seja grossa ”

— Sinto muito, mas eu tenho que estudar. – falei olhando para minha mãe.

— Oras Rafaella, você estuda no sábado, não seja mal educada. – sorri forçada.

— Então me deixa estudar, assim serei educada. – falei quase implorando para minha mãe.

— Fique com o senhor Matthaus, enquanto teremos uma reunião. – ela se virou para o garoto – Fique a vontade, sinta-se em casa.

— Bem difícil, na minha casa só tem cinco quartos. – ele disse fazendo minha mãe rir.

A mulher começou a se afastar me deixando sozinha com um desconhecido, arregalei os olhos e pedi um minuto com a mão, sai correndo atrás da minha mãe.

— Mamãe, você vai me deixar sozinha com ele ? – entrei na sua frente.

— Sim.

Esperei ela dizer mais algo, mas ela apenas se virou e foi embora, me deixando com uma cara incrédula. O garoto acenou para mim como se quisesse avisar que ainda estava ali. Me aproximei acanhada, ele sorriu  e cruzou os braços.

— E ai ? O que você faz aqui ?

— Eu moro aqui. – revirei os olhos.

— No tempo vago ?

— Estudo?!

— Coisas para se divertir.

— Temos uma biblioteca enorme. – ele revirou os olhos, pensei em outra coisa – Ah, temos um salão de jogos, é para os alunos.

— Então vamos. – ele começou a andar na minha frente, na direção errada.

— Mas… Fica para lá. – ele me olhou por cima do ombro e riu divertido.

— Eu sabia. – ele balançou a cabeça e deu meia volta.

Dei risada e andei atrás do garoto, talvez passar algumas horas com Rodolffo Matthaus não fosse tão ruim assim. Pedi para que meus guardas não me seguissem, eu estava bem e Rodolffo parecia ser inofensivo. O garoto falava sem parar o quanto o castelo era bonito, nada passava despercebido pelo seus olhos. Entramos no salão de jogos e vi os olhos de Rodolffo brilhar.

— Minha nossa, que lugar lindo, acho que vou chorar. – ele disse.

— Por que ? – falei preocupada.

— Esse lugar é simplesmente magnífico. – ele juntou os dedos e beijou, como um cidadão italiano.

Dei risada e neguei com a cabeça, Rodolffo correu na frente olhando tudo com admiração, parecia uma criança em uma loja de brinquedos, ele pegou as raquetes do tênis de mesa e me entregou uma.

— Vamos jogar.

— O que ? Não ! Eu não tenho coordenação motora.

— Ótimo, então eu já tenho uma vitória garantida.

Empurrei seu ombro e marchei até a mesa, peguei a bolinha branca e esperei o garoto se preparar, deixei a bolinha pingar na mesa e então bati a raquete na bolinha, talvez forte demais, já que ela voou para o outro lado da sala, passando próximo ao rosto do garoto, Rodolffo olhou assustado para trás e depois para mim.

AS TRILHAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora