Apresentação do projeto

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Rafaella POV

Duas semanas depois

Corri para o hall de entrada do castelo e avistei Alexandre colocando sua pequena mala no chão. Ele esperou os mordomos levarem seu sobretudo para então me olhar.

— Rafaellita. – ele sorriu abrindo os braços.

Abracei o homem carinhosamente, me afastei para olhá-lo melhor, ele estava mais velho, os cabelos brancos e as fortes marcas de expressões diziam isso, porém não deixava aquele sorriso juvenil e a elegância.

— Olha para você, está tão linda. – ele analisou meu rosto.

— Obrigada, tio.

— Não tem de quê.

— Como foi de viagem ?

— Foi ótima, obrigado. Como você está ? Cadê sua namorada ? – ele olhou para os lados. – Eu vi na internet, ela é muito bonita.

— Estou muito bem. Bianca está em horário de aula e sim, ela é muito bonita mesmo. – sorri convencida. – Vamos, temos muito o que conversar.

— Verídico. – fiz uma careta. – Não me julgue, estou acostumado a falar coisas formais.

— Eu te compreendo. – indiquei para que andássemos.

— Os muros estão mais altos do que eu me lembrava.

— Por segurança. – dei ombros. – Onde está Sônia ?

— Bem longe, graças a Deus. – franzi o cenho. – Nos divorciamos.

— Oh… que pena.

— Pena?! Rafaellita, aquela mulher era o cão.

— Não seja rude, Alex. – ele estalou a língua.

— Cadê o velho do seu pai ?

— Está te aguardando para um chá.

— Londrinos não conhecem refrigerante, só chá ?!

— Agora eu descobri de onde veio essa pança avantajada. – sorri de lado.

— Você está muito ousada, Rafaellita. – ele balançou o dedo indicador na minha direção. – Mas essa pança é por causa do chope.

— Ainda não parou com isso? – balancei a cabeça.

— O que eu posso fazer ? – ele deu ombros. – Conheço os melhores bares de New York.

Dei risada e abri a porta para a sala do Rei, reservada apenas para o famoso chá com os amigos.

— Papai, tio Alexandre chegou. – falei.

Meu pai abriu um largo sorriso e puxou o homem para um abraço amoroso e carregado de saudades, as risadas grossas e os apelidos entre os dois preencheram o ambiente.

— Sebastião, você está velho. – Alex bateu no ombro do meu pai.

— E você está gordo, meu amigo.

— Deixe-me em paz. – o homem falou fingindo irritação.

— Tio Alex, me procure depois, para conversarmos sobre os passaportes. – falei brincando com a maçaneta.

— Claro, querida.

— Aproveitem, com licença. – meu pai piscou um olho com um sorriso nos lábios.

Fechei a porta e sorri sentindo meus ombros leves. Balancei a barra do meu vestido enquanto andava animadamente sem rumo pelos corredores do castelo. O castelo estava muito silencioso para uma quinta feira.

AS TRILHAS DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora