capítulo cinco

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Sakura embalava Valentim em seu colo esperando o bebê arrotar. Era uma tarde de verão e estava bem quente, seu menino agora com dois meses crescia forte e saudável e ela não poderia estar mais feliz por isso.

Foram dois meses de aprendizado e desespero. A Maternidade não estava nos planos de Sakura, logo nunca pesquisou e procurou saber sobre gravidez, partos e recém nascido. Foi tudo na cara e coragem, ela agradecia de todo o coração por Ino, Tsunade e Temari que a ajudaram e ainda ajudam tanto com seu menino. Ser mãe não é fácil, mas desde que aceitou que estava gerando outra vida dentro de si, se pegou encantada com a perspectiva de ter seu filho nos braços. E só o pensamento em não ter Valentim consigo a perturbava.

_ Hum.. muito bem meu amor! Agora vamos tirar seu soninho da tarde?

Deitou seu bebê no berço todo trabalhado no tema de bombeiros e sorriu lembrando de Sasuke. Depois de saber que ele trabalhava com seu padrinho e eram afilhados do mesmo e  muito querido por eles, ficou mais feliz consigo mesma por ter deixado que ele escolhesse o nome de seu filho. Conheceu Naruto pessoalmente e se encantou com o loiro alegre. Durante um mês inteiro ela passou na casa de Tsunade. Numa noite Jiraya resolveu fazer um jantar e chamou seus outros dois queridos afilhados.

_ Primeira vez de muitas que terei meus três afilhados juntos em uma refeição. - disse o coronel Geral do corpo de bombeiros de Konoha sorrindo largo.

Foi uma noite agradável de conversas e risadas, mas claro que o centro das atenções foi o pequeno Valentim. Mas ao final de trinta dias, Sakura bateu o pé e voltou para a sua casa. Seus padrinhos não gostaram muito, principalmente Tsunade por achar muito cedo.

_ Madrinha eu preciso começar a minha vida a dois com meu filho. - suspirou. _ Estou ótima e ele também, quero ver como sairei no dia a dia sozinha.

Não foi fácil e por vezes se pegava chorando junto com o menino. Ela queria que Kankuro estivesse junto a eles, como uma família e isso ainda a machucava muito. Uma semana antes de seu filho nascer, Temari a procurou para conversar sobre seu ex-marido e Sakura só soube chorar novamente. Ela o amava e saber que foi substituída tão rápido a ponto de ser traída quebrou mais ainda o coração da Haruno. Se não fosse por seu filho, ela teria sucumbido ao sofrimento.

Saiu das suas lembranças quando a campainha tocou. Fechou o mosquiteiro no berço, ligou o bebê eletrônico e foi atender a porta, se deparando com sua amiga Ino sorrindo com uma sacola de uma loja infantil.

_ Não tenho mais lugar para guardar tantos presentes que Valentim recebe, Ino! - disse dando espaço para a loira entrar.

_ Me deixe mimar meu afilhado! - rebateu. _ E cadê ele?

_ Dormiu agora. - suspirou. _ Essa semana ele regulou seu sono e não poderia estar mais feliz! - cantarolou.

_ Que bom! Ele está dormindo a noite toda?

E seguiu uma conversa sobre o sono do bebê e tudo que se refere a ele por quase meia hora.

_ Será que está muito cedo para colocá-lo na creche? - perguntou Sakura de repente.

_ Sim, está! - respondeu Ino confusa. _ Bom, pelo mesmo eu acho que sim. Mas, por que isso? Já está querendo um tempo de sossego como muitas outras mães? - perguntou divertida.

_ Claro que não! Só quero voltar a trabalhar por isso a pergunta.

_ Sakura, sabe que pode contar comigo neh? Se tiver precisando de algo é só falar. Temari e seus padrinhos também já deixaram claro que não precisa ter vergonha se estiver em apuros financeiros. - disse a loira com delicadeza.

_ Não é isso! Ainda tenho uma quantia boa guardada e tenho os aluguéis dos dois móveis que ficaram comigo de Suna, todo mês certinho a imobiliária deposita. - disse Sakura suspirando fundo. _ Só não quero ficar parada, sabe? E não quero chegar no final da minha conta do banco. Dinheiro uma hora acaba e não quero esperar chegar ao vermelho para fazer algo.

_ Você está certa. Mas já pensou em abrir o próprio negócio? Ainda não vi por aqui um café ou até uma doceria, você tem potencial e estudos para isso Sakura, seria uma boa.

A ideia que a loira sugeriu não saiu da cabeça de Sakura, desde que sua amiga saiu, ela pesquisava lugares para alugar em Konoha. É certo que se fosse para esse caminho metade da quantia que tinha guardado e que estava usando para sustento dela e do filho seria usada. Por hora ela encontraria um emprego na sua aérea, depois veria isso.





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Sasuke olhava a mãe conversar animadamente com a senhora Eustacia, o sorriso de Mikoto e as olhadas que ela dava a Sasuke o estava deixando apreensivo. Ele conhecia bem a mãe para sentir calafrios quando aquele sorriso aprecia. Findando a conversa, sua mãe vem em sua direção.

_ Se lembra dela, querido?

_ Sim mãe, é a senhora que morou ao lado da nossa casa por anos.

_ Ela voltou para Konoha porque sua sobrinha-neta está de mudança, Karin lembra-se dela? Irá abrir um escritório de advocacia, não é maravilhoso? - divagava a mulher sorrindo abertamente.

_ Para ela com certeza. - respondeu Sasuke desconfiado. Abriu a porta e deu passagem para a mãe

_ Assim que ela chegar irei marcar um almoço ou jantar aqui em casa e você não pode faltar.

Sasuke suspirou.

_ Está fazendo novamente. - disse contrariado. Sua mãe o olhou com uma expressão confusa. _ Apenas não faça mãe. Você não vai mandar em minha vida.

_ Mandar? - perguntou ofendida. _ E quando foi que mandei em sua vida? Sasuke querido você é muito cruel com sua mãe. Estou apenas abrindo o leque de oportunidade em sua vida.

_ Então feche esse leque. Eu não sou o Itachi, eu faço minhas escolhas.

_ Você fica meses sem me ver e quando vem é para me magoar? - com os olhos cheios de lágrimas continuou. _ Você precisa de alguém a altura de sua família. Eu já marquei o dia, não me faça passar vergonha.

Novamente naquele dia Sasuke suspirou.

_ Tudo bem mãe, eu irei vir mas, não força nada. - a alertou.

Ajudou-a com as sacolas de compras e rapidamente saiu da casa onde nasceu e cresceu. Não era mais seu lar ali, não se sentia em casa. As lembranças e a dor da saudades sempre vinha como um soco na cara, apontando que por causa dele seu pai havia morrido. E o fato de ter vários retratos espalhados pela casa com fotos de seu pai com todos os membros da família, menos uma deles dois, o alertava que sua mãe ainda o culpava. Engoliu o bolo de sentimentos que subiu em sua garganta e deu a partida para sua casa.

Não foi minha culpa!
Meu pai foi um herói!
Ele me amava e salvou minha vida!

Repetia isso em sua mente como um mantra. Na verdade Sasuke não se culpava a ponto de ficar depressivo e isolado, mas era algo inevitável de pensar que se, ele não tivesse insistido a ir naquele jogo seu pai hoje estaria ainda com eles. E sua mãe não teria piorado a ponto de ter que ver sempre um psicólogo. Ele amava sua progenitora mesmo ela não o amando.




Continua....

Já dá pra perceber que dona Mikoto não é fácil neh? Então.....

Mais um capítulo hoje porque consegui escrever mais dois 🤭

Até

Um Amor para RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora