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Sinto o ar sair de dentro dos meus pulmões de uma vez só quando minhas costas batem contra o chão frio pela terceira ou quarta vez

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Sinto o ar sair de dentro dos meus pulmões de uma vez só quando minhas costas batem contra o chão frio pela terceira ou quarta vez. Minhas mãos já haviam sido queimadas pelo gelo em todas as vezes que precisei me apoiar sobre elas para me erguer do chão. O sol já havia se deitado no horizonte, nem mesmo ele quis assistir essa briga. O pequeno grupo de pessoas apenas assistia enquanto o vento ficava mais forte e o ar ao nosso redor cada vez mais frio.

Minhas narinas ardem enquanto puxo o ar gélido para dentro de mim antes de tossir um pouco, voltando a juntar os punhos diante do corpo. No céu noturno sobre nós, as cores verdes e azuladas começam aos poucos a dançar ao redor da montanha mais adiante. Um espetáculo que eu adoraria aproveitar se não estivesse apanhando de Annie há tanto tempo.

Ninguém ousou interferir. Nem mesmo Reiner e Bertholdt, que sabiam bem que o motivo dessa briga vai muito além de provocações infantis de ambas as partes. Annie Leonhart era uma guerreira incrível, sempre teve exímias técnicas de combate e fora uma das melhores alunas. Nunca fui uma das melhores em lutas corpo-a-corpo, tampouco seria páreo para ela em uma briga estando com o tornozelo machucado. Porém Annie deve saber que ela não me intimida com seus olhar entediado e porte físico.

Cerro meus dentes em uma tentativa falha de conter o grunhido quando ela acerta meu nariz novamente. Sinto o sangue escorrer sobre meus lábios quase que de imediato, quente e viscoso. Já não consigo enxerga-la com clareza enquanto se move e meu rosto parece estar cada vez mais dormente. Meus braços balançam tentando a acertar mas a garota desvia sem esforço. Meus pés se enroscam um no outro e é tarde demais quando caio outra vez.

- Mas que merda... O que vocês estão fazendo aí? - A voz masculina conhecida por meus ouvidos ecoa ao longe, parecendo furiosa.

Ergo meus olhos a tempo de ver as pessoas se afastando para dar passagem para Keith, que arregala os olhos assim que vê a situação em que me encontro. O homem olha para Annie, que apenas dá de ombros e então se volta para mim:

- Levante-se, Hoover. - Ele ordena, cruzando os braços na frente do corpo.

Tento me erguer com dificuldade, praguejando ao sentir a dor aguda em meu tornozelo e sendo amparada por Jean quase que de imediato. Ele passa um de seus braços em minhas costas, me garantindo apoio para que eu fique de pé.

- Eu não ligo para que tipo de desavença você e a Leonhart têm. - O mais velho ergue o tom de voz. - Mas me importo de estarem aqui brigando ao invés de ajudar os outros cadetes a carregarem as carroças com os cilindros de gás. - Ele se vira para os outros. - E vocês também, ao invés de estarem aqui deveriam estar arrumando tudo! Por Deus, nós vamos embora pela manhã.

O grupo se dispersa rapidamente sobre sons de concordância e sinto Marco tocar meu ombro como que se demonstrasse empatia antes de ir embora com os outros.

- Braun, você vai ajudar o Yeager, ele está cortando lenha atrás do refeitório. - Keith se vira para Jean. - E você leve essa daí para dentro.

Surrender I Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora