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Parte três

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Parte três


Distrito de Liberio, ano 844

As ruas ferviam com todas as pessoas que caminhavam pelo distrito, comemorando a escolha dos novos guerreiros, os enchendo de gracejos, palmas e sorrisos que não deixava de desejar que fossem para mim também. Caminhava cabisbaixa entre as pessoas, os punhos cerrados ao lado do corpo. Já sabia há dias que não seria eu a escolhida para herdar a Titã Fêmea e não havia dormido desde então, situação que não melhorou com a morte da minha mãe.

Senti alguém esbarrar em meu ombro ao passar por mim rápido e me virei pronta para esbravejar com quem quer que fosse mas me calei quando vi Reiner passar por mim, seu rosto fechado em uma carranca que conhecia bem, apesar de tê-la visto poucas vezes. Desisti imediatamente de procurar meu irmão e passei a seguir Reiner, me livrando do aglomerado de pessoas para o encontrar mais ao longe, próximo das docas.

Sob o burburinho animado das conversas e os sons que circulavam ao redor do porto, avistei o garoto loiro sentado sobre o cais de madeira. Me aproximei em passos curtos para não o assustar, segurando a saia comprida nas mãos enquanto me sentava ao seu lado, sem o olhar. O mar reluzia o sol da tarde fazendo com que a imensidão azul brilhasse como se estivesse coberta de joias.

— Você está bem, Rei? — O apelido que eu mesma havia lhe dado escapou da minha boca em meio à frase. Não conseguia evitar me preocupar em vê-lo assim.

— Eu o vi, o meu pai. — Tentei esconder o meu espanto quando ele se virou para me encarar e retribuí seu olhar. Reiner respirou fundo antes de continuar e voltou a cerrar os punhos. — Disse que já tem uma família, que não tem nada a ver comigo ou a minha mãe.

— Não acredito! — Cobri a boca com as mãos e franzi o cenho, me levantando com dificuldade logo em seguida, sentindo meu sangue ferver nas minhas veias. — Que desgraçado! Onde ele está? Eu vou...

Me calei quando escutei a risada do garoto nos meus ouvidos e parei atônita e confusa, o observando se levantar e se aproximar de mim.

— Eu devia saber que você ia me defender. — Reiner disse, a expressão em seu rosto se suavizando por um momento. — Mas você só tem onze anos e não está em condições de brigar, nem mesmo comigo.

— Eu estou ótima, Reiner. — Retruquei enquanto cruzava os braços na frente do corpo, desviando o olhar do dele, sabendo que o garoto me conhecia bem o suficiente para saber que, realmente, não estou bem. — Mas alguém deveria ensinar uma lição a ele.

— Alguém vai. — Reiner abriu um sorriso forçado e voltou a se aproximar de mim, voltando à sua expressão séria e a baixou o tom de voz ligeiramente. — Eu sinto muito. Se quiser saber, acho que você é muito mais forte que Annie.

— Não diga isso, seu idiota. — Resmunguei, apesar do sorriso fraco que brotou em meus lábios por Reiner estar tentando me animar mesmo que estivesse magoado. — É melhor você tomar cuidado, mesmo sendo um guerreiro agora. Não vou estar lá para salvar o seu traseiro.

Surrender I Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora