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Parte Um

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Parte Um

Não tenho ideia do tempo exato que se passou. Nos últimos minutos tudo o que conseguimos escutar são os disparos vindos de dentro da floresta, indicando que o plano do comandante está em execução. O sangue do titã que dilacerei ainda não terminou de evaporar das minhas roupas e ao menos presto atenção na conversa entre Jean e Armin, que termina de fazer um curativo na perna do amigo logo atrás de mim.

As árvores gigantes da floresta podiam ser vistas de onde estávamos antes e só conseguimos chegar aqui graças à Ymir, a garota mal encarada que nunca falava com ninguém a não se se fosse para uma ofensa ou piada de mal gosto. Ela e Krista Lenz apareceram de repente com cavalos para que pudéssemos nos encontrar com o restante dos cadetes que haviam sobrado do Reconhecimento, aparentemente Annie fez muitas vítimas em seu caminho até Eren.

Minhas pernas balançam no ar e me mantenho sentada sobre o tronco grosso da grande árvore quando escuto alguém pousar sobre o galho e vir na minha direção. Quem quer que seja senta ao meu lado e viro o rosto, surpresa ao ver Ymir me encarando com uma expressão estranha no rosto.

— Tem alguma coisa errada? — Pergunto baixo diante de seu silêncio.

— Não, eu vim te entregar isso. — Ymir busca no bolso interno de sua jaqueta um pacote pequeno e o estende para mim. São rações de campo. — Armin estava pedindo para você, ele contou a nós o que você fez.

— Obrigada. — Respondo ainda estranhando o tom da garota, nunca a vi ajudando ou sendo gentil com qualquer outra pessoa senão Krista, que estava sempre em seu encalço. — Não precisava se preocupar.

Ymir solta um riso fraco anasalado e estou prestes a morder o pequeno tablete de grãos na minha mão quando minha espinha se arrepia diante de sua fala:

— Você não se preocupa consigo mesma, não quer dizer que eu não possa me preocupar.

Aperto a embalagem de papel em meus dedos e permaneço atônita assim como ela ao perceber o que acaba de dizer. Os olhos de Ymir têm um brilho estranho e é quase como se pertencessem a outra pessoa, assim como a frase que acabou de dizer. Marcel costumava falar comigo exatamente daquele jeito quando me repreendia por alguma coisa. O ar de preocupação em seu rosto também era quase o mesmo e toda a minha fome parece sumir.

— O que você disse... Ymir? — Questiono a ela, que parece desconcertada antes de voltar à sua expressão de tédio habitual.

Tsc. Está ouvindo tudo errado, Hoover. — Ela respira fundo e se levanta. — Come logo, só vai dar trabalho se acabar desmaiando. Igual o Kirstein ali.

Eu ouvi isso, Ymir!

A garota ignora a reclamação de Jean e volta para a outra árvore, onde está o seu esquadrão. A sensação estranha que me atinge em cheio e a presença estranha que senti ao meu lado não se esvaem mas decido ser prática e comer a pequena porção de comida em minhas mãos, dizendo a mim mesma que falaria com Reiner depois. Afinal, quando Marcel foi devorado por um titã, quem quer que esteja lá dentro recebeu o poder do Mandíbula para si.

Surrender I Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora