27.

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— O que você está fazendo aqui?

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— O que você está fazendo aqui?

Minha voz falha por um instante ao questionar Zeke, que não me responde e caminha despretensiosamente sobre o telhado, começando a se aproximar de Mike devagar com os olhos quase cintilantes na direção do homem loiro, que ainda não havia dito uma única palavra. Conheço Zeke o suficiente para saber o que ele ia fazer e dou alguns passos para a frente, me colocando entre ele e Mike. Hoje não.

— Você não me respondeu, Zeke. — Digo, fazendo o homem mais alto se afastar contrariado. Ele não usa camisa e coloca as mãos nos bolsos da calça de tecido escuro, dando de ombros em seguida.

— Eu vim terminar o trabalho daqueles idiotas. — Ele sorri. — E acertar as contas com você. Afinal, você é uma traidora, não é? Sei que contou muitas coisas sobre nós para eles.

Engulo a seco e cerro os punhos, começando a me questionar se vou sobreviver ao dia de hoje enquanto tento não me descontrolar, respirando fundo em uma tentativa de acalmar meus pulmões que sentem falta de ar. Mike nos encara, sentado sobre o telhado enquanto parece se perguntar que merda está acontecendo aqui.

— Vocês dois... Se conhecem? — A voz trêmula dele nos pergunta e sinto uma pontada de apreensão ao notar a palidez de seu rosto, está perdendo bastante sangue.

— Claro que sim, nós já fomos companheiros, não é mesmo, Emily? — Zeke responde antes de mim, passando a caminhar na minha direção. A cada passo que ele se aproxima, eu me afasto, parando apenas próxima da borda do telhado, sem ter para onde ir. Em um movimento rápido, uma das mãos do loiro se prende á minha garganta e ele me empurra um pouco para trás. — Mas a vadia não se contentou com a própria incompetência e nos traiu!

Mesmo que eu conseguisse falar, optaria por não responder a ele. Meus olhos estão arregalados e meus pés tocam o chão apenas nas pontas enquanto me sinto ser inclinada cada vez mais para trás. Ambos os meus punhos batem contra o braço de Zeke para que ele me solte e por vez ou outra o arranho, vendo os ferimentos superficiais em sua pele clara se regenerarem sozinhos enquanto o aperto ao redor da minha garganta aumenta gradativamente. Não posso deixar de pensar em Reiner e naquela noite, fora do refeitório. A mesma raiva que transborda dos olhos de Zeke, transbordava dos olhos de Reiner.

Minha visão começa a escurecer e luto comigo mesma para não desmaiar, tentando ao máximo manter a boca aberta e puxar para dentro dos meus pulmões a maior quantidade de ar que consigo. Não posso morrer, isso significaria a morte de Mike também. Um sibilo fraco sai da minha garganta quando tento implorar para que ele me solte, mas em vez da minha voz, é a voz de Reiner que ecoa em meus ouvidos.

Sai de perto dela! — O rosnado me faz manter os olhos abertos mais um pouco e sinto meu corpo ser puxado para frente; o aperto em meu pescoço desaparece e puxo o ar com força, sendo atingida por uma crise de tosse logo em seguida. — Você me prometeu.

Surrender I Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora