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Reiner Braun

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Reiner Braun

Acordo em um sobressalto, o som agudo de um grito ecoa como se estivesse saindo de dentro da minha própria cabeça e tento me situar mesmo que minimamente. Minha última lembrança era ter protegido Emily com as mãos do meu titã quando os soldados resolveram desobedecer seu superior e avançaram contra ela, empunhando rifles e espadas. As mãos enormes se fecharam em uma concha que não se abriria tão cedo. Saí da nuca do titã e então tudo se apagou.

Minhas mãos estão presas para trás com correntes geladas, assim como os meus pés e também o meu tronco, preso à cadeira. Resmungo ao perceber que também estou amordaçado e o teto rachado me diz que estou em algum lugar no subsolo. Outro grito ecoa e dessa vez consigo ver de onde ele vem, sentindo meu estômago despencar em seguida.

— Acho que deveríamos esperar mais, quatro-olhos. — Uma voz grave diz assim que o grito cessa e o homem que a leva segura o cabelo no topo da cabeça de Emily e o puxa para trás, revelando seu rosto brilhante pelo suor que o cobre.

A luz amarelada da única lamparina pendurada no teto quase à altura da cabeça da mulher mais alta que o acompanha apenas concede um ar sinistro o que está acontecendo. Emily está amarrada assim como eu do outro lado da pequena sala, uma mesa posta ao seu lado revela panos ensanguentados e a mulher de cabelo castanho se aproxima dela, girando uma chave pequena nas algemas que prendem os pulsos da garota.

— Acho que ela falou a verdade. — A mulher analisa algo que cerro os olhos para tentar enxergar o que era em uma das mãos de Emily, ela ergue os óculos e observa a pele ensanguentada da outra.

Não consigo evitar o grito abafado de raiva quando percebo, por fim, o que está acontecendo. Não, não, não, não. Repito aquelas palavras como um mantra na minha mente, como se esse simples ato fosse fazer com que ele deixe de ser real. Eu sou o monstro aqui, por quê estão a torturando? Emily disse a eles que daria todas as respostas que quisessem.

— Você acordou. — A mulher vira a cabeça na minha direção. — Vai ser julgado logo.

Minha confusão é evidente para eles, mesmo que eu não diga nenhuma palavra. Esperava ser morto, no mínimo. Meu estômago revira e todos nós olhamos para o mesmo lugar quando ouvimos a voz de Emily, tão fraca que por pouco não a compreendi em suas palavras:

— Eu disse... — Ela ergue a mão trêmula na frente do corpo e arfo contra a mordaça quando vejo sua pele ensanguentada. — O corte não se regenerou, por que um pedaço do meu dedo cresceria de novo?

— Você poderia estar se controlando, sabe disso. Ainda pode. — O homem se aproxima dela novamente e Emily encolhe os ombros, olhando irritada para a mulher ao lado dele:

Eu já disse que não sou um titã! Qual é a desse baixinho chato?

Prendo a respiração quando fica nítido que Emily cometeu um erro, mas o homem é interrompido em qualquer que fosse seu plano pelo som da pequena porta de madeira atrás deles se abrindo. Estico o pescoço como posso em uma tentativa de ver quem quer que fosse e um outro homem, esse alto e muito bem arrumado passa por ela, se dirigindo ao menor:

Surrender I Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora