E se Reiner Braun tivesse descoberto a tempo que o certo era se render? E se o Titã Blindado entregasse seu coração para a humanidade e lutasse ao lado de Paradis?
Emily é a irmã de Bertholdt Hoover, enviado com seus companheiros para a "Ilha dos...
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– Fugiu?
Minha voz sai estridente e um pouco mais alta do que eu gostaria, atraindo os olhares para mim, dando um passo em direção ao mensageiro encharcado em seguida. Levi toma o documento, que deve ser um relatório de suas mãos e se afasta para o ler. Minha mente gira como se o Capitão tivesse me acertado outro soco, pensando em Annie andando por aí, ou pior, de volta à Liberio. Sinto uma mão tocar meu ombro e me viro para trás, encontrando Reiner tão pálido quanto eu devo estar.
– Você acha que ela...
– Sim. – Ele me interrompe. – Annie não ficaria aqui por nada.
Concordo em silêncio, balançando a cabeça me lembrando da única vez em que Annie nos contou sobre seu pai e sobre a promessa que fez a ele de voltar viva para casa. Nem mesmo uma única célula do meu corpo me convence que ela deixaria de cumprir o que prometeu. Entretanto, Annie seria uma pessoa a mais para testemunhar a minha traição assim como a de Reiner, e estaríamos mortos no instante em que pisássemos no continente.
– Vocês precisam ir dormir. – Levi se aproxima do grupo. – Preciso discutir isso com Hange. Agora vão.
– Sim, senhor. – Alguns murmuram baixo e se afastam.
Permaneço onde estou, imóvel, ainda pensando em Annie e em como me sinto culpada por tê-la colocado em uma situação como essa. Não temos mais fluido espinhal de Zeke para capturar a Titã Fêmea e duvido que conseguiríamos fazer isso outra vez, mas a culpa crescente em meu âmago me incomoda e solto um longo suspiro, vendo a água cair do lado de fora incessantemente.
– Você vem? – Reiner pergunta baixo ao meu lado, tão pensativo quanto eu.
– Eu já vou para a cama. – Minto, tendo meu corpo despertado após a notícia. – Nos vemos de manhã, Rei.
O loiro sorri fraco e se aproxima, deixando um beijo silencioso e breve de boa noite no topo da minha cabeça, rumando para as escadas em seguida. Engulo a seco, me encontrando sozinha no salão, caminhando devagar na direção contrária de meus companheiros, minhas botas contra o chão de pedra fazendo meus passos ecoarem no corredor estreito. Meus ferimentos doem e posso sentir cada um deles se regenerando devagar sob minhas roupas, embora a dor não cessasse com a mesma facilidade.
A porta entreaberta da cozinha revela a luz trêmula que vem do fogo lá dentro, parecendo aconchegante em contraste com a tempestade fria e impetuosa lá fora. Talvez uma xícara de chá me ajude a dormir, afinal. Abro caminho para dentro do cômodo com um rangido, encontrando uma figura alta de costas para mim, atento às gotas de chuva batendo com força contra a ampla janela de vidro. Mike apoia sua muleta com uma das mãos e segura a xícara com firmeza na outra.
– Você devia estar na cama, Emily. – O loiro diz por cima dos ombros ao me encarar e sorrio fraco em resposta, caminhando até ele.
– Estou esperando meus machucados se regenerarem, senhor. – Paro ao lado dele, o observando por um instante. Mesmo sobre uma única perna, Mike mantém sua postura impecável como sempre. – Como você está?