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Abro meus olhos com dificuldade, tentando captar a luz de onde quer que seja o buraco onde estou, encontrando um brilho amarelado e um teto de lona branca encardida

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Abro meus olhos com dificuldade, tentando captar a luz de onde quer que seja o buraco onde estou, encontrando um brilho amarelado e um teto de lona branca encardida. É uma barraca improvisada, a julgar pelo pedaço alto de madeira ao centro que a mantém com uma altura razoável. Estou deitada sobre algo que parece um saco de dormir e sinto de imediato uma mão grande envolver a minha. Conheço seu toque independente de onde estiver. Reiner.

— Ei, como se sente? — O mesmo semblante preocupado de sempre me encara de perto enquanto me desvencilho de seu toque, fazendo um breve esforço para me sentar. Meu abdômen dói e sinto faixas sobre a camisa e a calça que não são minhas, me lembrando de imediato da noite passada, quando acreditei que conseguiria fugir de Ymir e voltar para o Quartel General, mas ela me alcançou e tive de fazer o restante do caminho entre os dentes afiados do Titã Mandíbula.

— Estou ótima, Reiner. — Digo em tom sarcástico, sentindo uma pontada de raiva e ressentimento crescerem em mim enquanto o encaro. O rosto parece ligeiramente mais magro e há algumas olheiras escuras ao redor de seus olhos pequenos. Entretanto, tenho certeza que me encontro em um estado pior que o dele. — Eu quero ir embora.

— Mas o que... Você está machucada — Reiner tenta se colocar na minha frente enquanto me levanto de forma desajeitada, reconhecendo minhas botas e escorregando os pés para dentro delas.

— E quando eu não estou? — Resmungo. — Toda a minha vida foi assim, quando não estava me recuperando de uma surra, era de qualquer outro acidente.

Reiner fica quieto diante da minha resposta e parece hesitar a todo instante, como que se quisesse dizer algo a mim mas lhe faltasse a coragem necessária. Nesse momento, agradeço por não ter de ouvir qualquer justificativa acerca dos seus motivos para ir embora, afinal a última coisa que eu quero é o confrontar agora. Antes de desmaiar, me lembro de ter visto e ouvido Bertholdt, encontrando nele a falsa segurança de que precisava para desfalecer.

Passo pela entrada da barraca improvisada, encontrando um céu nublado, diferente de horas atrás. Mais adiante, atento sobre a muralha está o Titã Carroceiro ao lado da silhueta de Zeke, a qual faço questão de não encarar. Ao menos tenho tempo para me perguntar onde está Ymir quando sinto meu corpo esquentar em raiva assim que vejo Bertholdt, caminhando nervoso na minha direção. A verdade sobre ele explode na minha mente como fogos de artifício e não consigo deixar de acertar um tapa forte o suficiente para o desequilibrar em seu rosto.

Bertholdt se vira com a mão sobre a face onde acabo de bater e tem os olhos arregalados para mim. Reiner está tão horrorizado quanto meu irmão e ergue as mãos na frente do corpo prestes a nos pedir calma. Entretanto, não quero sentir calma e tampouco escutar quaisquer que sejam as merdas que Bertholdt tem para me dizer.

— Sai daqui, Reiner. — Rosno sem tirar os olhos de Bertholdt, lançando um olhar intimidador ao loiro quando percebo que ele não obedece. — Sai daqui agora Reiner!

Surrender I Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora