E se Reiner Braun tivesse descoberto a tempo que o certo era se render? E se o Titã Blindado entregasse seu coração para a humanidade e lutasse ao lado de Paradis?
Emily é a irmã de Bertholdt Hoover, enviado com seus companheiros para a "Ilha dos...
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— Sempre desconfiei que ele escondia algo! — A voz raivosa de Eren se mistura às outras enquanto seu braço esticado aponta na direção de Bertholdt, que busca com os olhos arregalados em desespero no grupo de pessoas que se fecha ao seu redor algum rosto conhecido, me encarando em súplica quando encontra a mim em meio aos outros, tão apavorada quanto ele.
Sinto meu corpo ser jogado para a frente e caio sobre o gramado, me erguendo logo em seguida, correndo para o lado de meu irmão, que segura a minha mão trêmula com a sua, que não se encontra diferente.
— Eles são irmãos, se ele é o Titã Colossal, Emily só pode ser o Titã Blindado!
Não consigo ver quem disse aquilo mas sinto toda a raiva nas palavras que ecoam depois daquela acusação, tantas pessoas desejando a minha morte ao mesmo tempo... É perturbador. Meu peito se aperta pelo pânico de ser acusada de ser algo que não sou e de um crime que definitivamente não cometi. Aperto os dedos de Bertholdt entre os meus e entre os rostos furiosos, consigo ver Reiner, que parece estar, no mínimo, em choque.
— Reiner... — Sinto vontade de gritar, mas apenas um sussurro sai de meus lábios chamando por ele, ele se entregaria? É óbvio que não.
Meu coração se parte em mil pedaços ao ver dando as costas, sumindo em meio às pessoas que nos cercam cada vez mais. Me agarro à falsa segurança de que a morte será um escape desse mundo tão impiedoso e fecho meus olhos, sabendo que nem mesmo em outras vidas poderei perdoar Reiner pelo que ele fez.
Acordo com o solavanco que a carroça dá, talvez ao passar por algum buraco ou pedra. Meu corpo sacode e meu coração dispara em meu peito assim que arregalo os olhos para o céu limpo acima, observando algumas aves voarem em círculos sobre nossas cabeças. Aparentemente meu sobressalto atraiu a atenção de Marco, que está sentado de frente para mim, os olhos brevemente erguidos do livro que está lendo.
— Você está bem? — O garoto de cabelos negros pergunta, afastando o livro deixando seu rosto marcado pelas sardas à mostra.
— Estou, eu só tive um sonho ruim. — Respondo a ele, passando as mãos pelo rosto a fim de despertar. Olho em volta e reconheço aquela paisagem. Estamos passando por Trost agora. — Quanto tempo eu dormi?
Marco solta um riso fraco.
— Apagou quase na mesma hora que partimos. — Ele responde e praguejo mentalmente, amaldiçoando os remédios que a enfermeira havia dado a mim naquela manhã para o meu tornozelo, retirando os palavrões da minha mente no momento em que firmo o pé no chão sem sentir dor quase alguma. — Ela disse que você ficaria sonolenta.
— Pelo menos... Me sinto melhor.
Marco resmunga parecendo satisfeito e volta os olhos para as páginas amareladas de seu livro enquanto eu volto a prestar atenção ao nosso redor.