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Nota da Autora: Não vou pagar a terapia de ninguém viram? O máximo que meu orçamento permite é um abraço e uma dose de pinga. Amo vocês sz

Quartel general do Reconhecimento, 852

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Quartel general do Reconhecimento, 852.

Caminho para fora do quarto gelado para o corredor ainda mais frio. Estamos em meados de junho e o vento gélido que sopra com violência do lado de fora do castelo é o suficiente para me fazer ter arrepios, desejando que meu pijama largo de flanela fosse um pouco mais grosso. Meus pés descalços tateiam a pedra fria em passos silenciosos, temendo acordar mais alguém ou encontrar o Capitão tomando seu chá da madrugada.

É quando escuto o soluço alto vindo de dentro da porta à minha direita que paro de caminhar, encarando a madeira escura, imóvel ao perceber que o som vem do quarto de Jean. Sinto meu peito se apertar de imediato, me aproximando e batendo fraco com os nós dos dedos, não recebendo resposta além do rangido suave que a porta faz ao se abrir. Suspiro entrando devagar no quarto, pensando comigo mesma que meu copo d'água pode esperar um pouco.

- Jean? - Minha voz ecoa pelo quarto escuro e não obtenho resposta. - Ei, Cara de Cavalo.

Sorrio com o suspiro irritado do garoto diante seu apelido e o quarto se ilumina um pouco quando ele estica uma de suas mãos e abre a janela de madeira, deixando entrar a luz prateada da lua cheia e o vento frio, que faz eu me encolher onde estou.

- Insônia? - Jean pergunta com a voz ainda um pouco embargada.

- Sonhei com Reiner. - Respondo com um suspiro, me sentando na beirada da cama. - Estava indo beber água e eu o ouvi. O que aconteceu?

- É dezesseis de Junho. - Jean suspira e eu o acompanho.

- O aniversário de Marco.

Um sorriso triste brinca em meus lábios por um momento ao me lembrar do garoto simples e alegre que sempre estava conosco, a lembrança acalentadora sendo destruída em seguida pela visão de seu corpo dilacerado que parecia estar para sempre marcada a ferro em minhas retinas. Jean tem o cabelo bagunçado e algumas olheiras fundas sob os olhos castanhos além de alguns cortes pelo rosto, resultado de seu breve acidente com o dispositivo de manobras há alguns dias.

- Ele faz falta. - Digo, me ajeitando na cama para me sentar do lado de Jean e segurando uma de suas mãos.

- Às vezes eu fico feliz por ele não estar aqui. - Jean joga a cabeça para trás com um suspiro. - Marco não mereceria viver nenhuma dessas merdas.

Apenas balanço a cabeça, concordando em silêncio com o moreno, me sentindo satisfeita em pensar que Marco está em algum lugar onde não existem titãs e que ele não precisa mais lutar pela própria sobrevivência. Jean aperta meus dedos entre os seus, parecendo hesitante por um instante. Ele decide quebrar o silêncio quando o vento lança uma rajada forte contra nós.

Surrender I Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora