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Proximidades de Shiganshina, ano 845

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Proximidades de Shiganshina, ano 845

O silêncio sepulcral e desconfortável que se instalou em nosso pequeno grupo durante a viagem parecia pesar toneladas sobre meus ombros uma vez que sei que estão todos calados por minha causa. Ninguém esperava que eu tivesse me escondido nos porões do navio que os trouxe até aqui, nem mesmo eu imaginava que teria essa coragem. Vir para a ilha dos demônios pode ser aterrorizante se você não já for um titã. Mordo os lábios apreensiva e aperto as alças da mochila com força.

- O que foi, Emily? - A voz irritada de Bertholdt chega aos meus ouvidos e ele para de caminhar, se virando para mim. - Quase consigo ouvir seus ossos batendo de tanto que treme.

- Não é nada, eu só...

- Ela está com medo. - Annie desdenha, conseguindo me deixar brevemente irritada também. - Não me surpreende, uma inútil como ela vai morrer logo.

Novamente, silêncio. Reiner e Marcel se entreolham surpresos, dando um passo para trás quase que simultaneamente quando passo por eles para chegar até a garota.

- Você deveria tomar cuidado com as suas palavras, Annie.

- E por que eu deveria, Emily? - Ela se aproxima mais de mim e posso quase sentir seus olhos semicerrados queimarem a minha pele, tamanha a raiva com a qual me encaram. - Vai me bater? Eu não sou idiota igual o Galliard.

Annie não tem tempo de se esquivar quando meu punho acertou em cheio o seu nariz, a fazendo cambalear para trás, sendo amparada por Bertholdt e se afastando dele bruscamente em seguida, me encarando indignada com uma das mãos sobre o rosto.

- Talvez você não deva meter o seu nariz enorme onde não é da sua conta, Leonhart.

Ameaço avançar em sua direção quando sinto meu corpo ser puxado para trás e a voz de Marcel me adverte próxima ao meu ouvido:

- Você sabe que não quer brigar com ela, Emily. - Ele diz e não preciso ponderar para saber que é verdade. Entretanto, Annie precisava saber que não tenho medo dela.

A garota afasta o cabelo loiro do rosto e volta a caminhar, sendo seguida por nós. Marcel se mantém do meu lado em silêncio, sendo o único além de Reiner que havia pedido aos seus superiores para que eu fosse aceita como parte da equipe para a recuperação do Titã Fundador. Nem mesmo meu irmão quis que eu ficasse e por pouco não implorou que me mandassem de volta.

Entretanto, prefiro até mesmo morrer na ilha dos demônios do que voltar para o meu pai.

Norte da Muralha Rose, ano 846


- Eu disse que você não deveria vir hoje. - Jean resmunga atrás de mim enquanto tento me levantar com dificuldade, sentindo a dor aguda subir do meu tornozelo até meus joelhos.

Surrender I Reiner BraunOnde histórias criam vida. Descubra agora