Tres.

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O homem estranho terminou seu café pagou e saiu, respirei mais tranquila mas ainda tinha aquela sensação de que algo de ruim estava prestes a acontecer.. peguei meu telefone corri para os fundos e liguei para vovó, precisava saber se ela estava bem.
Angel: Oi vovó.. só estou ligando para saber se a senhora está bem..
Dona Lúcia: Estou bem menina.. aconteceu algo?
Angel: Não vovó.. só uma sensação.. tenho que voltar para o trabalho.. te amo vovó..
Dona Lúcia: Eu também menina.. se cuide.
Desliguei o telefone e voltei para as mesas, fui atendendo anotando pedidos e trazendo e nem percebi o tempo passar, já se passavam das 23 horas e eu estava sozinha o senhor Júlio me deixava fechar o caixa e ia descansar, quando estava quase terminando o médico que me atendeu mais cedo chegou na lanchonete.
Angel: Boa noite.. em que posso ajudá-lo doutor?
Médico: Bem, eu vim a procura de algo para comer antes de voltar para o hospital novamente..
Angel: Olha não tem nada pronto mas posso fazer algo..
Médico: Seria ótimo..
ele me deu um sorriso e meu Deus que sorriso.. Angel acorde vá logo fazer oque o homem pediu.
Sai apressada para a cozinha e o deixei no balcão, preparei um lanche para ele bem reforçado creio que ele esteja com fome.
Angel: O senhor quer comer aqui ou vai levar para o hospital?
Perguntei com o lanche nas mãos.
Médico: Se não for incômodo e eu puder comer aqui, gostaria que fosse aqui..
Angel: Oh.. não é incômodo.. é claro vou por para o senhor na mesa..
Médico: Não precisa eu como aqui mesmo..
Angel: Certo..
coloquei tudo sobre o balcão e me afastei um pouco para que ele pudesse comer..
Médico: Desculpe minha grosseria nem me apresentei.. me chamo Nicolai.
Angel: Oh.. claro.. é um prazer senhor Nicolai..
Nicolai: Não precisa me chamar de senhor, pode me chamar só de Nicolai.
Angel: Certo.. Nicolai..
ele sorriu de novo e começou a comer seu lanche, parecia demorar para continuar ali sentado conversando comigo.. apesar de estar cansada e desejando muito ir para casa mantive a conversa com ele.. e meu Deus.. esse homem me faz sentir coisas estranhas.. nunca fui muito de reparar nos meninos daqui da cidade.. bem.. eles nunca repararam em mim, nunca fui de sair ou conversar muito.. acho que eles até me acham estranha.
Depois de comer todo o lanche Nicolai ainda conversou um pouco comigo e se levantou com menção a ir embora mas antes me perguntou..
Nicolai: Você mora aqui perto?
Angel: Não.. eu moro um pouco mais afastado daqui.
Nicolai: Gostaria de uma carona?
Angel: Oh.. bem.. não precisa senhor Nicolai.. eu vou fechar aqui ainda e eu acredito que o senhor tenha que voltar logo para o hospital..
Nicolai: Não se preocupe eu posso chegar uns minutos atrasado, e bem aqui não tem muitas emergências..
sem saber como argumentar mais acabei aceitando com um pouco de medo claro.. nunca o vi na vida e ele poderia fazer algo contra mim, mas ele é médico não seria capaz de me fazer mal.. Depois de fechar tudo fui com o senhor Nicolai até seu carro que ele prontamente abriu a porta para mim e eu entrei e mentalmente fiquei pedindo para que Deus não deixasse que esse homem me machucasse, expliquei onde morava e por incrível que pareça ele não me fez nada me deixou como havia dito.
Nicolai: Está entregue senhorita.
Angel: Oh.. obrigada senhor.. digo.. Nicolai.
Ele assentiu com a cabeça e eu sai do carro mas antes..
Nicolai: Até breve Ragazza.
Angel: Oh.. tchau..
não entendi nada mas o mesmo frio na espinha me congelou por inteira e aquela sensação.. céus aquela sensação ruim de novo..

NicolaiOnde histórias criam vida. Descubra agora