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NOAH

— Vamos ficar no castelo? — perguntou Any, sorrindo pela janela do avião. — Eu não estive lá desde que nos casamos.

Eu me virei para olhar para o meu irmão que sorria tão amplamente que fiquei surpreso que seus dentes não caíram enquanto observava Any em seu próprio país das maravilhas pessoal.

Aparentemente, eles estavam indo bem.

— Eu não tenho certeza. Chefe? — ele virou para mim.

Revirando os olhos, eu balancei a cabeça, sabendo que eles não ficariam felizes com onde iríamos ficar.

Houve silêncio em toda a grande cabine.
Tínhamos passado apenas três das oito horas de voo para Dublin e eu sabia que ia perder a paciência.

Eu deveria ter comprado um avião maior.
Depois que Plotnikova fosse o presidente, eu iria tomar o Air Force One, caramba.

— Noah, — minha mãe disse lentamente, rompendo a sua conversa privada com o meu pai.

— Não me diga... — Marco disse, ajeitando a gravata quando ele olhou para o lado de meu crânio. Eu podia sentir a raiva que ele estava tentando engolir.

— Não diga a ele o que? — Any olhou entre nós, como se ela estivesse vendo dois resultados muito diferentes de minha resposta.

Josh me olhou, seus olhos se estreitando, seu corpo enrijecendo, mas ele balançou a cabeça.

— Noah ...

— Nós vamos ficar na casa de Shamus na vila, — eu disse, apertando a ponta do meu nariz. Pelo amor de Cristo, porque eles não poderiam calar a boca?

— A casa de Shamus? — Any repetiu suavemente. — Na casa de Shamus que todo mundo acredita que foi assassinado em nossa casa, o homem que vive nas colinas do Canadá, com seus homens... homens muito leais?

Eu olhei para ela.

— Não, Any. Quero dizer Shamus, o fantasma da máfia do passado. Que porra é essa?

Ela franziu a testa, se inclinando para trás em sua cadeira, fazendo com que a sobrancelha de Josh se contorcesse enquanto ele olhava para mim.

No entanto, houve um pequeno riso da mulher na minha frente. Olhando para ela, eu notei que ela não estava dormindo como eu pensava.

— Eu não sabia que você estava acordada. — me sentei, agarrando a mão dela.

Ela revirou os olhos para mim.

— Quem poderia dormir com todo o barulho que essas pessoas estão fazendo?

— Minha esposa grávida podia. — eu respondi, a fazendo apertar meu pulso. Tomando a outra mão, a beijei antes de se sentar.

— Então, a casa de Shamus... — ela sorriu, se recostando. — Um pouco mórbido, você não acha?

Eu não poderia evitar gemer e ouvir alguns 'obrigado' da piada que era a minha família.

— Não a você também, esposa.

— Mórbido, mas não é ruim. Afinal de contas, os romanos matavam e fizeram a sua própria casa...

— Sim e o Império Romano caiu, — meu pai a interrompeu bruscamente, fazendo com que os sorrisos em ambos os nossos rostos caíssem à medida que nos viramos para ele.
Minha mãe balançou a cabeça para ele, folheando a revista como se não houvesse uma possibilidade de que eu levaria um punhal para o lado do rosto de meu pai.

RUTHLESS PEOPLE - NOART VERSIONOnde histórias criam vida. Descubra agora