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NOAH

— Noah Jacob Urrea, — eu disse para o microfone.

— Sr. Urrea, eu vou ir direto ao ponto, — disse DiMarco para mim. — Você matou sua esposa?

— Não. Eu não matei a minha mulher. — eu não sei quantas vezes eu tinha dito essa fodida frase, mas eu estava farto dela.
DiMarco virou para o júri e, em seguida, se virou para mim. — Isso não é muito convincente, Sr. Urrea. Então, você pode, por favor, nos explicar o que sua esposa significa para você e por que você não iria mata-la?

— Ela... Ela me deixa louco. — fiz uma pausa por um momento, tentando não sorrir para o meu próximo pensamento. Forcei um sorriso aguado ao invés. — Ela é a única mulher que eu quero gritar e fazer amor ao mesmo tempo. Ela pode me fazer sorrir com um único olhar ou sorrisos. Ela canta no chuveiro e é horrível. E quando ela sai, ela finge como se isso nem sequer aconteceu. Ela me chuta em seu sono, porque ela não entende onde seu lado da cama termina e onde começa o meu. Ela é mandona, brilhante e bonita. A razão pela qual eu não poderia mata-la é porque eu sou perdidamente apaixonado por ela. Eu não poderia imaginar não ter esses momentos com ela. Na verdade, isso é uma mentira, eu posso. Ficar trancado longe dela e meu filho é mais horrendo do que eu jamais pude ter imaginado.

— Não tenho mais perguntas, Meritíssima, — disse DiMarco, quando ele acenou para mim e permitiu que o imbecil com sapatos de jacaré se aproximasse.

Eu tinha passado o tempo inteiro fazendo o meu melhor para manter uma cara séria, mas observá-lo me fez querer bater em seu rosto. Aposto que esses sapatos pretensiosos poderiam causar uma boa quantidade de dano também.

— Senhor. Urrea, você ama sua esposa embora este tenha sido um casamento arranjado?

Como diabos ele sabia disso?

— Como? — minha mandíbula apertou firmemente pela sua pergunta. Eu ouvi alguns resmungos do júri e o filho da puta sorriu.

— Seu casamento com Sina, foi arranjado, correto? Uma maneira de reunir os milhões da família, — ele pressionou.

— Bilhões, e não. Sina e eu nos encontramos por causa de nossos pais, mas ela me odiava no começo. Ela não teria se casado se ela não quisesse.

— Sério? E por que isso?

Filho da puta. Ele estava tentando me pegar.

— No início, ela estava equivocada em seu pensamento a respeito de quem eu era.

— E qual foi à opinião dela sobre você, Sr. Urrea? — o filho da puta sorriu e novamente e eu tive vontade de deixá-lo identificável apenas através de registros dentários.

— Ela pensou que eu era um menino mimado que havia passado muito tempo com o sexo oposto. — tenho certeza de que um pouco é verdade, mas dizer isso me fez lembrar de um tempo que parecia como décadas atrás, em vez dos poucos anos que na verdade, tinha sido. Um desses erros esteve me assombrando e até mesmo auxiliando nesta farsa de caso.

Fodida Natasha.

— Ela mudou de ideia? Como você a convenceu? — mais uma vez eu tentei ignorar sua insinuação. Tenho certeza que alguns molares foram rachados com o quão duro minha mandíbula estava cerrada por causa desse idiota.

— Ela não precisava ser convencida. Fui atrás dela e mostrei o que eu estava por trás das mentiras e rumores. Ela não teria se casado se ela não visse algo em mim que poderia fornecer o que ela precisava.

— E, ao mesmo tempo conseguir o que você precisava. — mais uma vez essa fodida entonação.

— Como? — eu perguntei como se eu era ignorante sobre o que ele estava tentando dizer.

RUTHLESS PEOPLE - NOART VERSIONOnde histórias criam vida. Descubra agora