Capitulo 5- rafaela

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Já tem 1 semana que estou morando na rocinha, nunca vi o dono, ou seja, não consegui uma casa melhor, mas menorzinho disse que tem uma no alto do morro perto da casa do chefe que tá sendo construída, fica pronta em 2 meses, grande e com quintal para as crianças.

Já tive 3 reuniões desmarcadas, a primeira foi o dia da invasão, no 2 infelizmente o dono teve que ir para outro morro em uma reunião urgente e a última de ontem eu que não pude ir, Meu pequeno estava com febre tive que ir correndo pro postinho daqui, sorte que menor arranjou um celular pra mim-um bom dms na verdade, iPhone 11, claro que paguei- e liguei ele me levou na hora, enquanto ele ficou com Miguel na recepção eu fui com o Erick pro consultório, a médica disse que era apenas os dentinhos dele, mas fiz exames e já aproveitei e marquei uma consulta para o Miguel que fez um mês e para mim na ginecologista para ver se está tudo bem levando em conta tudo que passei.

Assim que saímos do postinho, formos comer num restaurante e logo depois fomos a uma loja de bebês eu aproveite e comprei além de roupas, mordedores para meu bebê, um andador mesmo não tendo espaço, uma chupeta pra mim sem ninguém desconfiar e o melhor um carrinho duplo, assim posso andar pelo morro melhor.

Hoje Lucas irá almoçar aqui em casa, graças às compras que pedi pra ele fazer, estou alimentando Erick melhor e eu também. Fiz arroz, feijão, assei lascas de abóbora com batatas no forno do fogão e fiz músculo cozido que era minha especialidade e fritei uma batata, fiz salada e bati maracujá para um suco e como ainda tinha alguns fiz um mousse também, eu sei que é muita coisa mas eu já deixo separado e como outros dias tbm além da marmita que vou preparar para Lucas pra ele comer mais tarde.

Já era 13:00 e estava ficando preocupada, Miguel estava dormindo na sala, no mini berço que coloquei lá, já Erick estava na cozinha no seu andador "conversando" comigo enquanto mastigava um mordedor geladinho, ele estava com fome e já ia arrumar sua comida se o menor não chegasse, na hora que fui ligar pra ele, escutei ele me gritando e na sala, e quis matá-lo quando escutei o choro de Miguel , bom lá vamos nós.

Diablo:

Estava na boca, já com fome então decidi ir comer no restaurante mesmo, quando sai da minha sala, vi menorzinho todo atrapalhado passando por mim.

- que isso menor?

- aí chefe foi mal, mas tô atrasadao , já era pra tá na casa da rafa almoçando ela vai me comer vivo_ antes de falar algo vejo Zé e magrelo fumando e vindo falar com o menor.

- ou menor_ nós olhamos pra eles_ me diz quem é a gostosa da nova moradora? Tá no teu nome ? Pq tu anda com ela direto, vai na casa da dona todo dia, ouvi dizer que até no hospital levou os bacuri da doida lá, é tão gostosa assim_ antes de eu fale novamente menor já ficou puto.

- não Ze, não tá no meu nome e não fale dela assim, ela é minha amiga, tem seus corre e ajudo mesmo, diferente de vocês Zé buceta eu sei diferenciar amizade verdadeira de putaria, e muito mais respeito! Ela é mãe e está lutando pelo bem estar dos bacuri, e me dá licença que enquanto vocês ficam aí falando merda minha amiga tá me esperando pra almoçar.

- pera aí menor, vou com tu, preciso conhecer e conversar com a mandada lá, tem problema ?_ perguntei, já tava na hora de ver quem era a dona.

- bora chefe, tem problema não.

fomos na minha moto que era mais rápido. Assim que chegamos ele já desceu todo preocupado pq a coisa ia brigar com ele.

- ooooooo doida abre aqui_ assim que ele gritou escutei um chorinho de bebê_ droga acordei o Miguel ela vai me matar.

Foi nem 30 segundos e a porta foi aberta por uma cabeleira loira presa num coque.

- aaaa só não te xingo pq não gosto, olha tu acordou tu faz dormir, não aguento mais balançar, fiquei quase uma hora com ele no braço, meus peitos estão vazios então todo seu_ a mulher nem me viu, só colocou um pequeno embrulho no colo do menor e foi entrando.

Eu fui atrás dele e vi ela indo pra um canto, antes de fazer ou falar algo sinto algo no meu pé, olho pra baixo e beijo outro pequeno, com cara de quase 1 ano tentando ficar em pé no andador, ele começa a fazer cara de choro e olha pra mim pedindo colo.

- pega logo, esse aí quando abre o berreiro, é difícil_ menor falou baixo e balançando o pequeno que não chorava mais.

Assenti e peguei o bebê, ele olhou pra mim e para minhas tatuagens visíveis, pensei que ia chorar e igual a maioria das crianças mas não, ele sorriu e colocou a cabeça no meu pescoço e passou os barzinhos pra ele também.

- menor tá pronto cadê o Eri_ ela parou de falar assim que percebeu que eu estava na sala tbm e corou me olhando nos olhos, foi ali que eu vi que aquela era a mulher da minha vida, eu achei, e ela vai ser minha !

Minha nova vida na rocinha Onde histórias criam vida. Descubra agora