Domina-me - Ashes 🏹

🏹Vinte e cinco- Dor

''A medicina é o remédio para todas as dores humanas, apenas o amor é um mal que não tem cura.''

-Propércio

— Água... Por favor... — Minha garganta parecia queimar, estava secar. Há dias sem beber água, sem nada... Amarrada as correntes presas aos meus pulsos que me deixavam suspensa. A dor dilacerante que consumia todo o meu corpo. 10 chibatadas todos os dias, quando as feridas estavam muito ruins eu tinha descanso. Só pra receber o dobro quando melhoraram.

Não podia morrer, mas se davam ao trabalho de me deixar quase a beira da morte.

Não faço ideia de quantos dias estou aqui. Só que o tempo é torturante. Cada maldito segundo presa aqui me faz querer voltar as masmorras do castelo do Zayn. Diante a isso ele tem sido uma amostra de sanidade.

Disseram que ele ainda não os contatou, por que iria ? Nunca imaginei que fosse tão valiosa assim pra sua majestade se dar ao trabalho de largar o seu reino e vir a minha procura.

— Vamos. — O homem de ombros largos disse. Ele era o meu carrasco da semana aparentemente eles não curtiram muito a ideia de me espanca mas sem tirar proveito de mim. Muito gentil Andrews. Lembre-me de agradece-lo por isso é por todas as vezes que sentir aquele chicote corta a carne nas minhas costas. 

— Eu preciso de água. — Disse novamente.

— Se disser novamente do que precisar  morrer de sede. — E foi tudo que ele disse antes se descer as correntes e meu corpo cair no chão duro e frio daquele lugar. Me arrastando pro andar de cima, onde luz não esperou minhas pupilas se acostumaram. Ela as invadiu e torturou a seu modo. Me fazendo pisca várias vezes em busca de lágrimas pra acalenta a secura de meus olhos.
Do meu corpo. Que não via água a três malditos dias. Mas uma coisa que me faria agradecer pessoalmente a gentileza do príncipe. Isso é tudo que me mantém, o desejo descomunal de vingança, a necessidade desesperada de lhe enfiar uma adaga no peito. De fazê-lo sangrar por todos os dias que me torturou nesse lugar, toda a dor que meu corpo sentiu. Eu não hesitaria como um dia fiz ao Zayn, a chance não me seria negada como naquele dia. Eu não tenho apresso algum por esse filho da puta.

Aparentemente eu não era bem vista nas alas principais já que nitidamente me arrastaram por becos e passagens escondidas. Subidas e mais subidas. Uma escadaria sem fim imagino.

Quando finalmente chegamos a uma das portas que tinha disponível em cada andar ele a empurrou e lançou pelo corredor. Varias portas seguiram até se jogada pra dentro de uma aleatória.

— A Six a ajudará.— Foi tudo que o brutamontes disse antes de sair.

 — Por Júpiter, como você fede.  — Ela disse, se virando pra me ajudar, eu estava confusa e fraca, não conseguiria fugir mesmo que tentasse muito.
Talvez nem em uma situação melhor a que estava nesse momento me ajudaria.

A jovem me ajudou a tirar as roupas e a tomar banho. Realmente estava fedendo, sair da cela me fez perceber isso, um mês inteiro sem banho, fezes, urina e sangue das feridas nas minhas costas, eu me afundei naquela banheira como se isso lavasse a minha alma, mas nada iria tira o odio que a consumia, não. Eu iria esquartejar o príncipe Andrews pela recepção, e principalmente pela covardia, já que foi incapaz de fazer ele mesmo.

— Eu não vou usar isso. —   A roupa se constituía em apenas e digo apenas, uma lingerie preta, com uma cinta liga na coxa, o corpete que cobria a parte superior parecia tão apertado que eu duvido que mesmo magra como estou pela falta de nutrientes nos últimos dias, seria impossível fechar isso em mim, talvez esse seja o plano, me matar sufocada antes que eu chegue até ele, e qual a intenção de me por nessas roupas? Me levar em pedaços ao Zayn não é o suficiente?