🏹Um - A fome constate de Olivia

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É SEMPRE IMPORTANTE FRISAR O QUANTO DE GATILHOS ESSE LIVRO TEM, ELE É DOLOROSO E SÓ TEM ISSO A OFERECER, CUIDADO COM OS GATILHOS, FOME, DEPRESSÃO, SOFRIMENTO, ABUSO.

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''Como dois e dois são quatro

Sei que a vida vale a pena

Embora o pão seja caro

E a liberdade pequena''

- Ferreira Gullar

2350 D.C

A jovem menina se mantém sobre a cama, incapaz de abrir os olhos e ver ao redor, até mesmo de seguir em mais um dia, é sempre a mesma coisa, a mesma rotina. Ela se mantém sobre a cama na esperança vã de dormir novamente, mas o seu duro colchão e o barulho incessante dos pássaros ao lado de fora de sua janela a impedem de completar o seu plano, sendo assim a dor em seu estomago se faz presente, ela não conseguiu caçar nada no dia anterior. Nem mesmo um pombo atrofiado... Nada que fizesse a sua fome esvair. Ela abriu os olhos os fixando no teto enquanto via rotas pra sua nova caçada. Teria que achar algo hoje, mesmo que pra si... Desde que o Will morrerá estava cada vez mais difícil se manter viva.

Ela se perguntava constantemente, como conseguiu até aqui? sabe que se não fosse por seu tio ela não teria conseguido, já que os seus pais a abandonaram a própria sorte. Ele a ensinou a caçar e a vender a suas caças. A sobreviver nesse mundo doente em que ela se achara.

A luta  por sobrevivência era vivida não só pela pequena Olivia, mas pela maioria no distrito de Missiting. Cômico e triste, porque sim, tudo estava em falta naquele lugar.

Havia dois anos que o seu tio se foi, mas as lembranças dele ainda se faziam presentes na vida da menina, a essa hora por exemplo ele a estaria a empurrando da cama com um sorriso animado em seu rosto, tentando faze-la vê o quão lindo ainda era o mundo. Tentando mostra-la que existe mais que a dor constante que ela sentia.

A garota era um desastre com sentimentos ou amizades. Ela sempre arrumava um jeito de afasta todos os poucos amigos que conseguiu em toda a sua vida. Se ela mantinha contato antes era por pura influencia do seu tio, que não gostava do quão solitária ela parecia. Mas ele não sabia que ela estava bem com a solidão, que não fazia sentido ter ninguém com quem se preocupar em um mundo caótico quanto esse.

A pequena Oli se esgueirou pro chão deixando o pouco conforto que seu corpo tinha quando seu estomago chorou pela terceira vez desde que acordou... Ela precisava comer. Colocou suas calças jeans surradas, elas ainda cheiravam mal da ultima caçada, a Olivia só espremeu o nariz em sinal ao cheiro de suor e possivelmente fezes de animais. Já que ela sempre estava deitando pela floresta em busca de uma posição que a camuflasse. Após subir as calças e por suas botas ela foi a uma pia velha que tinha no fundo da casa e buscou uma cuia no balde com um pouco de água que deveria esta ali por toda a semana, e passou por seu rosto, sentindo a água gelada sobre a superfície de sua pele.

Essa era uma das coisas que ela menos gostava de fazer, trazer água pra casa, o riacho ficava a 3km da pequena vila e ela nem sempre tinha forças o suficiente pra ir voltar a quantidade necessária de vezes pra abastecer a sua casa. Mas a sua reserva estava acabando e Oli teria em algum momento que ir ao riacho. Água era uma das coisas mais caras do seu reino, ter o conforto de uma encanação não era pra pessoas como Oli, que mal tinha o que comer na maioria das vezes...

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