🏹Dezessete- Queira você ou não

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'' Não há registro de que alguém tenha pedido indenização, ainda que simbólica, pela vida que foi desperdiçada em torno de um amor que nunca foi amor ''

- Pe. Fábio de Melo

— Eu não vou a lugar algum com vossa majestade, me recuso e por lei eu tenho esse direito. — Ela disse puxando o seu braço do aperto do jovem rei.

— Você está segura diante a lei, teria até o direito de recusar Olivia, mas isso não é valido pra mim. Aqui eu sou a lei, pequena.  — O homem tinha um ar arrogante, soberano diante a garota, mas ela se recusava a viver da forma que ele queria, ela tinha planos, e ele não estava incluso neles.

— Então eu devo me curvar diante de vossa vontade, majestade? — Ela pergunta com todo desdém que pode em sua voz, era um absurdo pra garota ser tirada da única escolha relevante pra vida dela, por um capricho idiota de um homem arrogante, ele podia ter poder sobre o reino, mas não sobre ela.

— Eu seria mais dócil se fosse você, meu anjo, eu tenho lindos sonhos pra te mostrar, mas também sei criar pesadelos dos quais você jamais esqueceria.— Ele estava próximo, ate demais da garota, e se não fosse ar pesado que corria ao redor deles, se não fosse o olhar penetrante e sufocante que ele lhe dava ela não acreditaria em suas palavras, ela vivia em torno de ameaças toda a sua vida, mas essa ela sabia que era real, ela se amaldiçoou por tê-lo deixado fazer parte de sua vida em algum momento, o amaldiçoou por conhece-lo, pois sabia desde lá que tudo seria diferente pra ela... Ela estava bem sozinha, e poderia ter continuado assim, ela estava bem...Se é que um dia esteve bem... Desde a ida do Harry pra missão que parecia não ter um fim os dias pareciam, mas frios, mas doloridos, mas amargos, ela temia pela vida do seu amigo, temia não o ver novamente, mas agora, agora ela temia por ela.

—Eu imagino que sim...Majestade, mas eu não pretendo conhecer nenhum dos dois... Então se me dê licença eu tenho coisas a fazer. — Ele estava irritado agora, tinha tentado manter o controle, e fazer a garota vir pela feição que a tinha feito sentir.

Mas, esse caminho não era mais possível.

— Eu sei que você acha que eu estou tirando a sua escolha, pequena, mas pense, eu estou aqui, eu deixei muitas coisas pendentes pra vir pessoalmente, por que imaginei que sua recusa teria sido pra essa vida e não pra mim — Foi quase doloso proferir as palavras, por que a vendo pessoalmente, entendia que ela já não seguia o sentimento que compartilharam um dia. —Então eu vim ate você. e sim eu estou te dando a escolha de vir por vontade própria, andando feito gente ao meu lado, ou eu posso te arrastar pelos cabelos ate a praça e fazer todos vierem que você será a minha nova vadia. E creia meu doce,  eu não estou brincando com você... Eu posso te fazer ter dias lindos e posso transforma cada um deles em um inferno onde eu mesmo me faria de demônio pra te fazer sucumbir. — Ela estremeceu, com a menção de tudo que ele a faria, mas ela se recusava a abrir mão da sua vida, da sua escolha, do seu amor. Era injusto, era muito injusto. Ele estava acariciando os cabelos soltos da garota, tirando as mechas que cobriam seu rosto como se não tivesse acabado de ameaça-la. Ela estava firme em sua decisão, só lançou os dedos do rei pra o lado e desviou do seu alcance como se ele fosse incapaz de faze-la qualquer uma das coisas que ela sabia que ele poderia fazer, mas ansiava que no fundo daquele coração houvesse um pingo de misericórdia, ela nunca teve a porra de uma vida decente, por que as coisas não podem só melhorar? Por que logo agora?

Já impaciente com toda rebeldia da garota o soberano seguiu em passos lentos e precisos até onde a jovem estava...

—Tem algo que queira daqui? — Ele perguntou tocando em um móvel de canto empoeirado, ela revirou os olhos tentando de tudo ignora-lo, ele tinha que fazer valer o direito dela. Mas que direito? Ela fizera 21 anos e depois dessa idade mulheres não tem direito a nada.

Domina-me - Ashes 🏹Onde histórias criam vida. Descubra agora