🏹Vinte - Zayn

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 ''Todos nós podemos errar, mas a perseverança no erro é que é loucura.''

- Zenão de Cítio Zenon

Zayn

Respiro fundo novamente, a água não parece surti o efeito que queria, a dias estou em caos, lutando desenfreadamente contra os lados desesperados que tenho em mim atualmente. Deixar a mulher que amo sozinha no mundo que poderá mata-la ou quebra-la a ponto de deixar se ser quem é só pra tê-la sobre a minha proteção. Eu sei tudo que tenho que fazer, sei cada maldita coisa que tenho que dizer, sei cada merda horrenda que eu não desejo fazer, não com ela. Meu corpo se contorce, mas uma vez, mantive a Oli na enfermaria porque sou um covarde, não quero quebra-la, não quero vê-la daquela forma, desmaiando de fraqueza e dor, com ferimentos por conta das correntes, não quero magoa-la

— Merda — Vocifero junto com o colar dos meus punhos a parede, por que eu preciso tanto dela? Por que essa necessidade desgastante de a manter comigo? Estou mentindo pra mim dizendo que faço isso pra tê-la viva? Estou a mantendo comigo por que não consigo viver sem ela. As últimas semanas, a morte do meu pai, toda dor do meu passado, pareceu pesado demais pra suporta sozinho, as lembranças, a dor dos castigos, da falta de amor.

Eu estou fazendo o mesmo a ela, estou lhe dando a dor que sentir por toda a minha vida, estou lhe tirando qualquer resquício de amor que ela poderia vir a sentir um dia.

Estava tudo bem, eu podia viver sem a conhecer, mas quando meus olhos foram de encontro aos dela no meio daquela floresta, escondidos do mundo e de suas dores, eu me encontrei e me perdi ali. Era o início do meu alívio e do meu tormento eterno. Cada dia depois daquilo foi uma mentira mal contada por mim mesmo, pra tentar ignorar o sentimento bruto e voraz que crescia em mim. Eu a queria, a pertencia.

A dor que cintilava naquelas pupilas escuras e profundas, o medo da rejeição, do abandono, quando pela primeira vez ela disse sobre esse medo, de que não podia me amar por que sabia que eu iria embora, eu sorrir, aquilo me cortou em tantos pedaços que só conseguir recoloca-los quando sentir em seus lábios que ela mentia pra si mesma também. Que ela me pertencia tanto quanto eu era inteiramente dela.

Lembrar da Oli, do nosso primeiro beijo, do nosso primeiro toque, me faz latejar entre as pernas, a dias eu tenho estado em uma agonia sufocante sem seu toque, desesperado por sua redenção. Pra que ela se sinta compadecida por mim e acalme a fome voraz que meu corpo sente dela, já me sinto enrijecer ao lembrar do toque quente de sua pele sobre a minha, da necessidade em que ela sempre está de mim, de como me devora com os olhos antes mesmo de lhe alcançar, de como ela chegar tão bem ao seu ápice.

Isso me faz tocar-me impunemente com ela em meus pensamentos, a mão sobre a parede já não suporta o peso do meu corpo quando o alívio da minha constante agonia chegar. Eu devo fazer isso no mínimo uma vez por dia, sempre e sempre lembrando de como eu preciso dela, está dentro dela. A vibração que chega ao meu corpo com aquele ato é tão boa. Não chega perto de como se sinto estando dentro dela, chegando ao auge enquanto me empurro pra dentro dela várias e várias vezes. Ela sempre me aguenta tão bem, antes tapas e amarras eram pra satisfazer o desejo insano que sentíamos, agora os usos como armas pra dobra-la a porra da minha vontade. Você nunca se apaixonou seu idiota e justamente quando não tem esse direito você o faz. Imbecil. Nunca terá o amor dela, ela nunca vai te perdoa. Nunca vai sentir como é ser o porto seguro dela, já que preferiu ser o carrasco.

Ainda espera conseguir dormir a noite, ainda achar certo se esgueirar a procurar dela no escuro das madrugadas. Vê-la dormir tem sido o meu único acalento. A única forma de aceitar que isso está certo, mesmo sabendo que não está, como estaria? Droga, Oli, você quer a porra do mundo e eu sou o único que posso dá-lo a você, por que me rejeita dessa forma? Eu não quero abandona-la.

Domina-me - Ashes 🏹Onde histórias criam vida. Descubra agora