🏹Dezenove - Almas sofridas

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"Almas sofridas atraem almas sofridas..."

-Shellby Kamado

As pessoas acreditam em ligações de outras vidas, em destinos traçados, em caminhos que se cruzam por determinação do universo. Nada disso é real. A dor atrai a dor, o desespero atrai o desesperado, o amor atrai os loucamente apaixonados, o sofrimento atrai os sofridos. Almas são só vítimas de atrações desesperadas, não marcadas ou destinadas, só magnéticas.

A solidão de Olivia, atraiu a solidão do rei, sua alma sofrida se viu através dos olhos dela, ela se viu nos dele. Isso os conectou, não existir destino traçado pra eles, existe sofrimento traçado.

Almas sofridas atraem almas sofridas.

A jovem acordou, confusa, a luz que invadia os seus olhos era forte, a dias não via luz, ela piscou algumas vezes, seus olhos lacrimejaram até se acostumar com o ambiente, estava com o corpo doendo, seu braço estava com curativos cobrindo uma agulha que guiava o soro até o seu sangue, seus pulsos também estavam encaixados.

Ela tentou se sentar, reclamando do corpo que ainda doía.

— Não se mova, por favor. Deixe que te ajudo — O rei disse se aproximando, a Oli lembrou do último momento que tiveram, até achou que fosse um sonho até esse momento, agora embaixo de toda a luz ele realmente parecia pior que a última vez, mas fundas estavam as rodas em voltas dos seus olhos, que também estavam vermelhos, drogas talvez, lagrimas que não seriam, ela pensou.

— Eu estou bem, majestade — A garota não se importava com títulos, só o usava pra atingir o Zayn de alguma forma, ele sempre perdia o foco quando ela proferia as palavras, era um atestado constante de sua mentira. E ela o usava sempre.

Ele ignorou o seu pedido pra não avançar e a ajudou a se sentar, a Olivia dormiu por uma semana, passou mais tempo aqui do que na masmorra, isso a pedido do próprio rei, ele quis que a mantivessem dopada, era melhor tê-la ali dormindo que em uma masmorra sofrendo qualquer que fosse a merda que ele quisesse.

— Está se sentindo bem? — Ele perguntou.

— Meu corpo está doendo, e meus olhos estão grudentos também. Mas, desculpe-me vossa majestade, por que se importa com uma plebeia como eu? — Ela rebateu, talvez a força da jovem tenha voltado com o tempo que passou dormindo, mesmo mole ainda com o efeito do calmante ela estava ciente do seu sofrimento, e não estava nada como no último dia que viu o rei, compadecida por seu estado constante de vegetação ou seja lá que merda ele esteja passando agora, ela pensou

— Vejo que voltou afiada do seu sono de beleza Amora ou essa é só a minha Lobinha? Pronta pra me atacar a qualquer segundo? — Ele disse, deixando um sorriso fraco escapar depois de dias sem dar um.

— Isso depende muito de como pretende seguir majestade, diga-me eu vou poder ir pra casa? — Ela disse seria.

— Eu sou sua casa agora. Sou tudo que você precisa e tudo que terá. E quanto antes você entender isso, melhor vai ser pra nós dois. — Ele acariciou o rosto dela.

— Como chegamos a isso Z? Por que você está dessa forma? Por que me prender contra a minha vontade? — Ela perguntou triste, afastando os dedos do rapaz que acariciavam ainda.

— Eu perdi muito nesses últimos dias, com isso eu notei que a única coisa que realmente fazia me sentir bem ... Eu precisava de você. Não podia te perde também. Eu realmente sinto muito pelos meus métodos, e prometo não vou volta a usa-los se você comportar-se, eu só preciso que colabore comigo, odeio quando me força a ser assim. — Ele afirmou.

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