Capítulo 2

449 93 125
                                    

-Ah, meu pai está nem aí pra mim. Ele só liga em proteger todo mundo menos seus filhos. Ele é um imbecíl.

       Os amigos populares dela tinham marcado um happy hour em um bar perto da faculdade. Eu era o motorista da vez, então estava sóbrio. Não era como se eu bebesse muito, de vez em
quando a Karina me dava algum gole da bebida dela, insistindo para eu deixar de ser careta.

- Você bebeu demais! Teu irmão vai me matar - falo
.
- Quem liga pro meu irmão? Ele só sabe ser chato. Não faça isso, Karina, não faça aquilo. Eu quero ser a dona do meu próprio nariz!

- Vou te levar para casa.

- Ah, não. Está tão bom!

      Puxo ela pelo braço.

- Deixa ela, ela está só se divertindo! Já basta o irmão para ser chato e superprotetor! - fala Marina.

- Ela vai entrar em coma alcoólico desse jeito! - exclamo.

- Deixa ela ser uma adolescente normal! Para de ser chato, manchadinho! - fala Leon.

       Leon era o típico garoto popular de quem todo mundo tinha uma paixão. Todo mundo menos eu. Ele é lindo, mas brincava com os sentimentos da Karina mais do que ninguém. Um dia ele mandava mensagem toda hora e no outro dava um gelo nela, ele a paquerava numa festa e na outra ele estava pegando outra. Infelizmente, assim como todas as garotas, Karina era perdidamente apaixonada por ele.

- Vamos Karina!

       Olho para minha amiga que sorri. Logo em seguida ela despeja o conteúdo do seu estômago no chão.

- Já chega, vou levá-la para casa.

- Deixa de ser chato! - fala Leon.

- Me leva para casa, Leon. Me leva pra sua casa - fala ela com um sorriso sedutor.

       Pego a mão da minha amiga e a puxo para irmos embora.

- Para, você gosta de homens! - fala ela antes de cair desmaiada no chão.

       Levá-la até sua casa foi uma tarefa difícil. Por mais magra que fosse, ela era um tanto pesada. Tive que levá-la sozinho? Sim! Ninguém ligou para Karina e seu estado.

- Você deixou ela sair sozinha de noite?! - escuto alguém perguntar bravo.

- Agora você liga pra nós! - grita Apolo.

        O pai deles estava em casa, o que raramente acontecia, mas quando acontecia era sempre uma mistura de sentimentos.

- Se eu não ligasse eu não mandaria dinheiro! - grita o pai.

- Você apenas faz o mínimo!

       Discretamente entro na sala e imediatamente os olhos se voltam para mim.

- O que esse leproso faz aqui em casa? - pergunta o senhor Williams.

- Ele tem vitiligo! Ele não é um monstro!

Nunca tinha visto ele me defender desse jeito. Acredito que tenha sido apenas a raiva que ele tinha contra o pai.

- O que você fez com a minha filha?!
Me encolho, afinal ele era um militar e sabe-se lá o que ele poderia fazer.

- O que aconteceu com a Karina? - pergunta o filho.

      Ele corre para socorrer a irmã.

- Acho que nem preciso dizer que você não é bem-vindo na minha casa, né? - fala o pai.

- Eu…não…fiz…nada - falo gaguejando.

- Pra fora!

There's nothin' wrong with lovin' who you areOnde histórias criam vida. Descubra agora