There's nothin' wrong with lovin' who you are

Capítulo 77

Karina chega justo quando minha tia sobe pra tomar banho, depois de um dia árduo de trabalho.

-Preciso que você venha comigo para meu primeiro ultrassom- fala ela

-Não é muito cedo? Tipo duas semanas?

-Sim, mas eu quero saber se tudo está bem.

Sorrio. Era bom que ela estivesse melhor em relação à maternidade. Depois da revelação ela se focou em pintar para desestressar e tentar aceitar o seu destino. Pelo jeito deu certo.

-Então meu presente veio na hora certa!

-Que presente?

Pego a caixa de presente e a entrego a minha amiga. Depois da conversa com o Stuart quis afogar minhas tristezas indo ao shopping comprar um presente pra ela é meu futuro "sobrinho".

-Ah, é tão fofinho! O bebê favorito do tio Tony! Ah, Tony, amei!

Ela me abraça e nessa hora inoportuna chega o Apolo.

-A porta estava aberta...

Karina tenta esconder o presente, mas é tarde demais, Apolo viu a caixa de presente na mesa de centro.

-O que vocês estão aprontando?

-Nada!- fala Karina rápido demais

-Eu te conheço...

Eu fico quieto sem saber o que dizer.

-Não é nada importante.

Ele pega a caixa e daí me dou conta que a Karina está ferrada, dentro dela tinha meu presente pra ela.

-A mamãe mais babona- fala ele

Ele primeiro olha pra irmã que começa a chorar e depois pra mim, que fico mudo para não estragar mais as coisas.

-Você está grávida?!- pergunta ele bravo

-Calma Apolo- falo

-E todo essa conversa sobre como engravidar, métodos contraceptivos e tal que eu tive contigo fazem quatro anos não te serviu de nada?!

Fico no chão. Até A conversa foi o Apolo que teve com ela. Isso demonstrava o quanto o pai de ambos estava nem aí pra eles.

-Ei, foi um deslize dela, está bem?- falo

-Um deslize para toda a vida!

-Eu sei que você está chateado, mas um filho é uma benção.

Ele respira fundo e finalmente me olha nos olhos, bravo.

-Você sabia e não me contou!- fala ele tentando estar calmo

-Eu não podia....

-Você é um maldito de um mentiroso!

-Não me venha com isso! Você não tem o direito de me exigir nada!

-Eu merecia saber!

-Mas não por mim.

Karina tenta pegar a mão do irmão pra tranquilizá-lo, mas é inútil.

-Eu errei, está bem? Mas eu vou cuidar desta criança. Eu vou assumir os meus erros!

-Você ainda é muito imatura, Karina! Você não consegue educar uma criança!

Respiro fundo, tentando não matar aquele homem. Por mais que o amasse, ele estava sendo insensível com a Karina.

-Eu vou ajudar- falo

-Isso é tarefa do pai do bebê não de um simples garoto.

-Eu sei que você está bravo porque menti pra você, mas eu não sou um simples garoto! Todas as vezes que seu pai não ligava pra ela ou você era muito rígido, eu estava lá pra ela! Eu sou como um irmão pra ela!

-O irmão dela sou eu! Não me venha dizer que você é melhor do que eu!

-Eu não estava falando isso! Eu sei que você está bravo, mas eu não podia contar!

-Ah, claro que podia! Você odeia mentiras!

Com toda essa gritaria, minha tia parece na sala.

-Ei escutei gritos. Não precisam gritar, qualquer um passa por uma DR- fala ela

-Tia Claudia, de onde você tirou que estamos tendo uma discussão de casal? Ninguém aqui é casal- fala Karina

-Você contou pra tua tia?!- pergunta Apolo bravo

Me encolho no sofá, segurando as lágrimas.

-Contou o que?- pergunta Karina

-Desculpem a confusão, não sabia que a Karina não sabia de vocês dois- fala Claudia

Minha amiga olha pro irmão.

-Então quer dizer que você também é gay?- pergunta ela

-Não, não quero mais saber de homens. Eles não são confiáveis.

Apolo olha então pra mim.

-A quanto tempo ela sabe?- pergunta bravo

-Apolo, por favor....

-A quanto tua tia sabe de nos?!

-Apolo, se acalme, não foi culpa dele, eu que insisti.

Ele me encara com fogo saindo dos olhos.

-Eu quero saber a quanto tempo você está mentindo pra mim!- fala ele praticamente gritando

-Desde que voltei de Washington- falo baixinho

-Nem acredito que estava vindo contar pra Karina sobre nós dois como prometi.

Agora é a vez da Karina ficar brava.

-Vocês estão saindo faz três meses e você não pensava em me contar?!- pergunta ela brava

Aquilo foi a gota d'água. As lágrimas até então reprimidas saem com força.

-Eu não podia...

-Eu não sei como alguma vez pude confiar em você.

Eu não aguento mais ficar lá então saio correndo pra buscar apoio com meu pai.