Capítulo 58

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O resultado da minha prova veio uma semana depois, na próxima aula e não fui tão mal, tirei um sete. Seis ponto oito, mas foi arredondado. O alívio foi tanto que eu e meu pai fomos comemorar.

-Eu, minha tia e a Karina sempre vínhamos pra cá. Era uma tradição de quando tirávamos boas notas.

Meu pai sorri.

-Então, o que você me recomenda do cardápio?- pergunta ele

-Nos sempre pedíamos o mesmo. Waffle de chocolate com chantilly e sorvete de creme.

-Por que não criamos uma nova tradição? Podemos vir pra cá no nosso aniversário de paternidade, no dia que você foi a Washington. Podemos pedir algo novo, o que acha?

-Vou ter que dividir a data com meu pai e meu namorado, foi nesse dia que nos beijamos.

-Ah, sem problemas.

-Mas se bem, não somos namorados então essa data não conta. Que seja nosso aniversário de paternidade!

-Então o que vamos pedir?

-Que tal um waffle split?

Waffle split é o mesmo que uma banana split, só que a banana vem envolta na massa de waffle.

-Então um waffle split será.

Assim que nossos pedidos são anotados vejo o Apolo entrando.

-É ele- falo

-Teu namorado? Ah, meu deus, vou conhecer o namorado do meu filho!

-Calma pai, lembra que ele não pode saber que você sabe.

-Beleza. Vou agir como se fosse um amigo teu.

Aceno pro Apolo que sorri.

-Será que ele não vem?

-Pai, ele só está indo pegar comida.

-Certo, estou um pouco ansioso.

Apolo pega sua sacola de comida e vem até nos.

-Oi Anthony- fala ele

Aquilo me deixa um pouco triste, ele sabia que eu preferia ser chamado de Tony, já que meu nome é usado como chamada de atenção ou advertência. Quando nos encontramos, sempre às escondidas, ele se referia a mim como Tony, e era tão bom ouvi-lo me chamar assim.

-Oi. Pai, este é o Apolo, irmão da minha melhor amiga, Karina. E Apolo, este é meu novo pai. Bom, ele sempre foi meu pai, mas só recentemente soube sua identidade. Ah, você deve conhecê-lo melhor como Oliver, ex da minha tia.

Os dois se dão a mão, com cordialidade.

-É bom conhecer um amigo do meu filho.

-Nos não somos exatamente amigos.

-Ah, mas mesmo assim é bom te conhecer.

Apolo sorri pra mim.

-Eu preciso ir. Só vim comprar um waffle pra Karina. Ela está em seus dias e está um tanto insuportável.

Rio com seu comentário. Eu conhecia a Karina desde sempre e sabia que sua TPM é brava.

-Tchau!

-Tchau!

Apolo sai andando naturalmente, mas minha vontade é ir correr atrás dele e beijá-lo com vontade.

-Ele é um pouco reservado.

-Quando você conhece ele sua empatia melhora. Ele até é engraçado.

-Quero conhecê-lo melhor, ver se é digno de namorar meu menino.

-Pai, eu sei escolher meus namorados...

-Eu confio no seu bom senso, mas já não gostei dele te pedir guardar segredo. Entendo não se assumir pra família dele, mas por que você precisa "mentir" pra nós? Você já se assumiu!

-Pai, eu estou bem com isso. Sério.

-Se você não se sentir a vontade com ele é só cair fora.

-Mas eu o amo demais pra isso.

-Filho, prese a sua saúde mental ante tudo. O coração dói na hora, mas passa. Mas tem dores no nosso subconsciente que nunca passam. Seu medo de ser abandonado ou rejeitado é um deles. Você pode tentar melhorar, mas lá no fundo esse seu medo sempre vai estar lá para um dia saltar e dizer: eu te avisei! Agora vai ter que conviver comigo!

Abraço ao meu pai.

-Você daria um ótimo psicólogo.

-E o que a sociedade faria sem mim? Eu não teria como salvar donzelas do perigo.

E quando ele termina a frase sua cara muda, lembrando da minha tia.

-Você ainda vai ser capaz de salvar a sua bela donzela do perigo.

Ele sorri pra mim.

-Assim eu espero.

There's nothin' wrong with lovin' who you areOnde histórias criam vida. Descubra agora