Oito

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O que foi essa noite? Fico revivendo as cenas em minha cabeça procurando de alguma forma uma resposta para o meu ato repentino de ir para a cama de um completo estranho, certo, eu o conheço de algumas poucas palavras trocadas, mas isso não é o bastante. Olho para o meu lado na cama o observando encarar o teto com um dos braços atrás da cabeça, o que será que se passa em sua cabeça nesse momento? Um arrependimento, talvez. 

Suspiro segurando a coberta contra meus seios os mantendo cobertos, ergo o corpo me sentando na cama, é estranho ver o seu quarto de um outro ângulo, as paredes são em tons cinza com um quadro com a face de um leão pintado, é absurdamente lindo, sua cama é grande, não sei como seus pés não ficam para fora, as cortinas são em um linho cinza com o blackout preto, a um tapete fofinho no chão combinando com todo o restante da decoração, assim como as cores da roupa de cama, uma das paredes é preta em relevo, moderno, sorrio soprado dobrando as pernas, apoio um dos cotovelos em meu joelho ao olha-lo ainda perdido em seus pensamentos. 

-Bill -chamo e ele me olha.

-Hm?

-O que foi isso? -deslizo meus dedos por minha nuca penteando os fios.

Silencio, ele não me responde. Seu olhar se encontra com os meus e a luz da lua os ilumina como estrelas, são tão vivos e brilhantes, não deveria adora-los, certo? Mordo meu lábio inferior esperando por sua resposta mesmo que no fundo eu saiba qual é, apenas um erro.

-Ainda estou tentando absorver o que aconteceu. 

-Isso te preocupa? -sussurro passando os dedos pela costura do lençol.

-Estranhamente não. -sorrio discretamente, desvio meu olhar para frente encarando a porta do banheiro, sinto seus dedos tocarem minhas costas nuas, descendo pela a linha da minha espinha com uma caricia delicada e suave que me tira um suspiro com um arrepio que sinto apenas com esse simples toque- Você esta?

-O que? -fecho os olhos o sentindo subir os dedos novamente como se desenhasse em minha pele.

-Preocupada.

-Talvez -sua mão sobre para minha nuca e desliza até o meu rosto o acariciando, inclino um pouco a cabeça em sua mão, seu carinho é tão sutil, não sei como ele consegue me fazer derreter dessa forma- Minha irmã não pode saber disso.

-Ficará entre nós -sentou-se na cama com o corpo de frente para o meu- Concordamos que isso foi um ato impulsivo?

-Sim. -impulso. Não é a forma como descreveria o que aconteceu entre nós, mas eu também não encontro nada que descreva o que foi- Preciso ir.

-Se precisar de um banho, fique a vontade para usar o banheiro. 

-Obrigado. -me levanto da cama deixando o lençol para trás, posso sentir o olhar de Bill em minhas costas ao seguir em direção ao banheiro.

Tomo um banho rápido, o suficiente para tirar o suor do corpo, enrolo uma toalha ao redor do meu corpo ao sair do box e vou até o espelho, preciso ver o estrago que ele deixou em minha pele para saber com o que terei de lidar ao amanhecer. Droga, esta bem marcado com mordidas e chupões, passo os dedos suavemente por uma das marcas em meu ombro, estranhamente gosto de tê-las aqui, não posso pensar nisso. 

Solto meus fios de cabelo os deixando solto, saio do banheiro me deparando com um quarto vazio e com as minhas roupas devidamente dobradas em cima da cama, ele as dobrou para mim, devo achar isso fofo? Porque é muito. Ando até elas em passos lentos, onde esta minha calcinha? Ela não esta aqui, abaixo procurando pelo o tecido embaixo da cama e então olho ao redor, onde estão? Engatinho só de toalha pelo o tapete do quarto circulando ao redor da cama procurando por minha peça de roupa intima. 

Apartamento 62Onde histórias criam vida. Descubra agora