Apartamento 62

Trinta

-Acho que você estar com algum tipo de virose. -diz a garota Walsh sentada no nosso sofá rosa enquanto enrola um dos seus cigarros de maconha, tenho certeza de que deve ter conseguido com a Emi.

-Se fosse virose eu estaria com uma dor de barriga sem fim. -estico as pernas na parede a cima da minha cabeira, mesmo deitada eu tenho uma visão perfeita das duas garotas sentadas perto da janela. Savannah lê um dos meus livros enquanto a outra fuma. O cheiro não a incomoda? 

A três horas a trás eu estava em prantos, tendo a certeza de que toda a minha vida havia sido destruída por uma maldita falha minha, provavelmente eu iria destruir a minha vida, a vida da minha irmã, a vida do Sam e a vida do meu vizinho, não poderia ser pior. 

Ler em todos os testes negativo foi a melhor sensação do mundo no momento, melhor do que um orgasmo, retirou um peso tão grande do meu coração. Esperei um pouco para me recompor, esconder os testes na bolsa da Savannah e então voltar para a cozinha e terminar o meu café da manhã com o meu namorado, minha irmã e o Alex, que voltaram pouco depois, eu tive que inventar uma desculpa para os três de que a pizza de ontem havia me feito mal, e essa desculpa foi o bastante para eles acreditarem. Só não tenho certeza se o rapaz acreditou, porque ficou em silencio a maior parte do tempo. 

Fiquei um pouco mais de tempo com o Sam e então me despedi dele que saio para o seu compromisso com o Kevin, enquanto isso, me refugiei no quarto com as meninas que começaram a suspeitar da minha sanidade e da minha saúde. Depois de todo o sermão que ouvi da senhorita Egan, tudo o que eu quero nesse momento é dar um tempo nessa aventura sexual sem sentido que vivi no decorrer desses dois meses. 

-Amanhã irei encontrar com o Bill. -digo chamando atenção das suas.

-Isso é sério? Vou precisar te dizer outra vez para ficar longe do vizinho? -ouço Anna.

-E eu vou, mas não completamente.

-Como assim?

-O Alex vai pedir a mão da Erin em noivado. 

-Ai caramba! -Natasha diz começando a tossir.

-Como é isso? 

-No jantar de amanhã, ele convidou os pais e será no apartamento do Bill, então eu acho que o verei em todos os eventos familiares. -encaro o teto pensando um pouco sobre o futuro dessa família.

-Me promete que vai ficar longe do pênis dele? -a loira se aproxima deixando o livro de lado e então se deita em minha cama com o rosto quase em cima do meu- Promete?

-Prometo que vou me esforçar.

-Acho que conseguirá, você tem o Sam agora. -ergo um pouco a cabeça para trás olhando para a garota de cabelos escuros.

-Verdade. -Anna a olha e volta seu olhar para mim- O que sente por ele?

-Bom, ele é legal, fofo, bonito, carismático, engraçado, gostoso.. -rio- Eu gosto dele, o loirinho deixa o meu coração quentinho.

-Quentinho, essa é boa. -diz Nat.

-Ótimo, ele é um bom rapaz. -vejo a loira se levantar- Foca nele, e desconte todo o seu desejo sexual nisso também. -anda até sua bolsa e pega o livro que a emprestei o guardando- Preciso ir, tenho algumas tarefas para fazer.

-Obrigada Anna. -abaixo as pernas ficando sentada na cama- Eu te amo.

-Eu também te amo, e por favor, tente colocar um pouco de juízo na sua cabeça.

-Tchau. -rio.

-Espera. -Natasha apaga o seu cigarro e se levanta indo em direção a outra que se aproxima da porta- Nos vemos amanhã?